PUBLICIDADE

Facebook põe as mãos na realidade virtual

26 set 2019 - 07h17
Compartilhar
Exibir comentários

O Facebook deu nesta quarta-feira, 25, um importante passo para popularizar a realidade virtual: na abertura da Oculus Connect, evento dedicado à tecnologia em San José, EUA, a empresa anunciou o desenvolvimento de uma ferramenta capaz de rastrear as mãos dos usuários e inseri-las dentro de experiências de imersão. Quando a tecnologia chegar ao dispositivo Oculus Quest, no início de 2020, os usuários poderão interagir com as próprias mãos na realidade virtual, prescindindo de controles - o que não era possível até aqui.

"É uma forma de interação mais natural", diz Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo. A ideia é simples: para muitas pessoas, colocar óculos de realidade virtual na cara e segurar controles cheios de botões pode ser intimidador. Ao ser capaz de rastrear os movimentos das mãos e inseri-los na experiência de imersão, o Facebook reduz essa barreira pela metade.

"Quanto mais gente colocar as mãos na realidade virtual, mais rápido a tecnologia vai atingir massa crítica", disse Zuckerberg durante o evento. Com mais consumidores, mais desenvolvedores se interessarão em criar aplicações para a tecnologia - que, por sua vez, atrairão mais consumidores. Esse é um universo ainda pequeno: segundo o Facebook, US$ 100 milhões foram gastos com conteúdo desde que a plataforma Oculus foi lançada em 2016.

Além disso, a captura de gestos das mãos pode facilitar a adoção da realidade virtual por empresas, uma vez que reduz a quantidade de dispositivos necessários para treinar um funcionário, por exemplo.

Passo importante

Poder entender os gestos das mãos do usuário é um passo importante para o futuro que o Facebook almeja - o de construir uma nova plataforma de computação, baseada "na presença e na interação entre as pessoas", e não mais em aplicativos ou tarefas.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Mark Zuckerberg disse acreditar que a realidade virtual e, principalmente, a realidade aumentada poderão ser esse novo sistema, capaz de suplantar PCs e smartphones.

É algo, porém, que ainda está longe de acontecer: sem dar prazos específicos, Andrew Bosworth, que lidera a área de realidade virtual e aumentada da empresa, confirmou que a empresa trabalha no desenvolvimento de óculos de realidade aumentada. Por eles, o usuário poderá enxergar não só o mundo à sua volta, mas também uma camada computacional pelas lentes - uma visão futurista, por exemplo, seria enxergar um teclado virtual e um bloco de notas à sua frente, para fazer anotações durante uma reunião.

Segundo rumores, a empresa começou a fazer parcerias com fabricantes de lentes, mas mira o lançamento de um dispositivo comercial em torno de 2025. Até lá, também será preciso dar conta de incluir não só as mãos das pessoas, mas também um corpo inteiro.

"Hoje já fazemos avatares em hologramas a partir de fotos, mas ainda temos alguns desafios para não fazê-los parecer zumbis", explicou Zuckerberg. "É o tipo de investimento que nenhuma outra grande empresa de tecnologia está fazendo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade