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Exportação de milho do Brasil deve atingir volumes perto de recorde em 2017

12 jul 2017 - 19h03
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Impulsionado por uma safra de inverno abundante, o Brasil está pronto para exportar volumes de milho quase recordes neste ano, mantendo-se como um forte concorrente dos Estados Unidos e da Argentina nos mercados globais.

A atratividade do milho brasileiro é ampliada pelos leilões do governo, que garantem subvenções a produtores e comerciantes, ajudando no escoamento da produção.

O país exportará 28 milhões de toneladas de milho nesta temporada, prevê o governo, enquanto a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) projeta 30 milhões de toneladas, praticamente o mesmo volume de duas safras atrás, quando o Brasil registrou um embarque recorde.

"O milho do Brasil já é mais competitivo que o dos Estados Unidos", afirmou o analista Enilson Nogueira, da Céleres.

Como a colheita de milho avançou em importantes Estados, como Mato Grosso, ele projetou que o Brasil deverá exportar entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas de milho por mês entre julho e fevereiro.

"As exportações são a única saída para se reduzir o excesso de oferta doméstica", afirmou ele.

Os leilões governamentais de milho, que até agora neste ano apoiaram negócios de cerca de 4,5 milhões de toneladas, também estão aumentando a quantidade disponível para exportação, afirmou a Anec.

Ainda assim, os estoques de passagem nesta temporada devem alcançar um recorde histórico, disse a analista Ana Luiza Lodi, da INTL FCStone. Prevendo exportações de 28 milhões de toneladas, ela disse que qualquer problema sério com a safra de milho dos EUA poderia beneficiar os exportadores do Brasil.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o Brasil substituiu os principais exportadores do Hemisfério Norte no mercado mundial de milho, de setembro a janeiro, graças à sua safra de inverno.

ARMAZENAGEM

A colheita abundante está levando agricultores do médio-norte de Mato Grosso a deixar parte da produção a céu aberto. Essa solução temporária é viável, disse a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), lembrando que julho é um mês seco, sem chuvas.

Mas neste ano a questão da armazenagem piorou à medida que produtores seguravam soja em seus silos devido aos preços mais baixos da oleaginosa. Neste ponto, as vendas de milho serão usadas pelos agricultores para pagar contas e financiar a próxima safra de soja, afirmou a Anec.

A produção de milho em Mato Grosso cresceu 680 por cento em 12 anos, segundo a Aprosoja.

O clima favorável e os ganhos de produtividade levaram o governo brasileiro a prever a produção total de milho em 96 milhões de toneladas, um aumento de 44 por cento em relação ao ciclo anterior e um recorde histórico.

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