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Euro é pressionado por cautela com Itália e dólar se fortalece em geral

18 out 2018 - 18h20
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O mercado cambial foi marcado nesta quinta-feira, 18, pela fraqueza do euro, pressionado em meio a desdobramentos negativos da questão orçamentária da Itália. Além disso, o dólar se fortaleceu em geral, em parte pela cautela presente nos mercados internacionais, mas também na esteira da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que na tarde de ontem reforçou a expectativa de mais altas de juros nos Estados Unidos.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 112,22 ienes e o euro recuava a US$ 1,1460.

No caso da moeda japonesa, o dólar destoou. O iene foi apoiado pela afirmação do presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, de que a inflação no país ainda deve retornar gradualmente à meta de 2%. O dirigente elevou sua expectativa para a trajetória dos preços, segundo a consultoria Continuum Economics.

Em relação a outras moedas, o dólar continuou a ser apoiado pela expectativa de elevação de juros nos EUA. Após a ata de ontem, hoje Randal Quarles, diretor do Fed e com direito a voto nas decisões de juros, reafirmou a avaliação de que haverá aumento gradual do juro no país, dizendo ainda que os riscos à estabilidade financeira são "moderados", neste momento. Outro dirigente, James Bullard, do Fed de St. Louis, mostrou postura mais cuidadosa. Com voto em 2019, Bullard notou que uma elevação de 300 pontos-base no contexto atual "faria a economia quebrar". No câmbio, de qualquer modo, a tendência de fortalecimento do dólar se manteve. O índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de moedas fortes, fechou em alta de 0,34%, aos 95,900 pontos, no maior patamar desde agosto.

Em entrevista ao Broadcast Ao Vivo, Gustavo Reis, economista-chefe da Leste Global Investments afirmou que o mercado ainda tenta consolidar uma visão sobre onde estaria a taxa neutra almejada pelo Fed e o quanto pode ainda haver de aperto monetário. Segundo ele, o cenário deve ficar mais claro com a evolução da economia.

Entre as moedas emergentes, o yuan hoje bateu mínima desde janeiro de 2017 ante o dólar, no mercado offshore, em dia negativo para as bolsas asiáticas e após o relatório do Tesouro americano de ontem com críticas à postura chinesa no câmbio. No caso do peso mexicano, o dólar ampliou ganhos após o presidente americano, Donald Trump, ameaçar fechar a fronteira bilateral se o vizinho não interromper o fluxo de imigrantes da América Central.

Na Europa, o euro foi penalizado pela cautela com o orçamento da Itália. O Comissário Econômico da União Europeia, Pierre Moscovici, alertou que a proposta orçamentária do governo representa um "desvio sem precedentes na história do Pacto de Estabilidade e Crescimento" e pediu que Roma responda aos questionamentos até segunda-feira. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Estadão
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