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EUA querem instituir cotas de exportação de aço na negociação com Brasil

12 abr 2018 - 16h00
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O governo norte-americano propôs usar cotas de exportação para isentar o Brasil da sobretaxa para aço e alumínio, disseram à Reuters fontes do governo brasileiro que participaram de reunião nesta quinta-feira, em Lima, com o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross.

Segundo as fontes, Ross defendeu que a medida facilitaria o avanço das negociações e está dando resultado com a Coreia do Sul, país com quem o diálogo está mais avançado.

Segundo as fontes, a proposta norte-americana, ainda em uma versão preliminar, prevê cotas baseadas na exportação atual dos países em negociação, o que impediria o avanço sobre a parte das exportações aos EUA hoje preenchido pelo aço chinês, que representa cerca de 20 por cento das importações norte-americanas.

A ideia foi apresentada por Ross ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, à margem da Cúpula das Américas. Segundo uma das fontes que participou do encontro, foi uma reunião política para avançar os pontos de vista do Brasil, mas não entrou detalhes técnicos.

Os norte-americanos têm defendido a ideia de cotas associada à restrição do aumento de produção. Ross afirmou aos diplomatas brasileiros que o fórum que discute o excesso de produção de aço não tem atendido as necessidades dos EUA, mas uma negociação país a país nesses termos funcionaria.

Os EUA adotaram no mês passado tarifas de 25 por cento sobre importações de aço e de 10 por cento do alumínio, mas isentaram temporariamente o Brasil e outros países, enquanto negocia uma isenção permanente.

O governo brasileiro abriu negociações em março e já teve uma reunião inicial com o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer. Nesse período, o Brasil obteve a suspensão da cobrança da tarifa, válida até o dia 30 deste mês.

De acordo com as fontes, o secretário de comércio reforçou que as negociações continuarão em dois trilhos, o de governo a governo e também o de empresas com o governo dos EUA, para isenção individualmente da taxa.

Ross, de acordo com uma das fontes, insistiu que o governo brasileiro incentive as empresas brasileiras que exportam diretamente a empresas norte-americanas a iniciarem os procedimentos para pedir a isenção tarifária. Segundo ele, mesmo sendo um processo demorado, auxilia na negociação e as empresas que forem taxadas podem ser ressarcidas posteriormente.

O governo brasileiro reforçou a Ross que não há risco de triangulação de aço chinês pelo Brasil, e retomou pedidos para que o país seja isentado permanentemente das tarifas sobre o aço e o alumínio.

"Mostramos novamente todos os nossos pontos. No aço, o Brasil é parte da cadeia norte-americana e no alumínio, nós importamos mais que exportamos", disse uma das fontes.

Segundo essa fonte, houve duas conversas até agora sobre essa questão e elas têm se concentrado na questão tarifária do aço e alumínio, não incluindo outros temas.

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