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EUA esperam ação imediata da China em compromissos comerciais

3 dez 2018 - 19h04
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Os Estados Unidos esperam uma ação imediata da China em questões comerciais após um acordo alcançado pelos líderes dos países, incluindo tarifas reduzidas sobre automóveis e medidas contra roubo de propriedade intelectual e transferências forçadas de tecnologia, afirmou uma autoridade da Casa Branca nesta segunda-feira.

 REUTERS/Yuri Gripas
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Foto: Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, concordaram em não impor novas tarifas por 90 dias durante conversas na Argentina no sábado, declarando uma trégua após meses de crescentes tensões sobre comércio e outros assuntos.

Esse período de 90 dias começará em 1º de janeiro, afirmou o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, a repórteres.

Os chineses ofereceram mais de 1,2 trilhão de dólares em novos compromissos comerciais, afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, nesta segunda-feira. Kudlow disse que esse número era um amplo valor de referência e se referia a transações privadas de compra de bens dos EUA, sujeito a condições de mercado.

A China também se comprometeu a imediatamente começar a retirar tarifas e barreiras não-tarifárias, incluindo uma redução à sua tarifa de 40 por cento sobre automóveis, disse Kudlow.

"Esperamos que essas tarifas caiam a zero", disse ele a repórteres.

Norte-americanos ganharão um controle majoritário em companhias na China pela primeira vez, o que deve ajudar a endereçar grandes preocupações dos EUA sobre roubo de propriedade intelectual e transferências forçadas de tecnologia.

Nenhum dos compromissos foram acordados por escrito e os detalhes ainda serão acertados.

Mnuchin disse que houve uma mudança de tom em Buenos Aires na comparação com discussões anteriores, com Xi oferecendo um claro compromisso a abrir o mercado chinês a companhias dos EUA.

"Essa é a primeira vez em que temos um compromisso deles de que esse será um acordo real", disse Mnuchin à CNBC.

Kudlow, diretor do Conselho Econômico Nacional, disse que ele, Mnuchin e o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, tiveram duas reuniões particulares com o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, na Argentina e que ele disse a eles que Pequim iria agir imediatamente sob os novos compromissos.

"O histórico aqui com promessas chinesas não é muito bom. E sabemos disso", disse Kudlow. "No entanto, eu vou dizer isso: o presidente Xi nunca esteve tão envolvido como agora."

Kudlow disse: "Eles não podem desacelerar isso, interromper isso, vaguear isso. Palavra deles: 'imediatamente'."

A trégua impulsionou mercados globais nesta segunda-feira, com ações mundiais subindo aos maiores níveis em cerca de três semanas. Em Wall Street, o S&P 500 <.SPX> avançou quase 1 por cento, embora o índice tenha recuado de suas máximas de sessão alcançadas mais cedo.

Kudlow disse que autoridades dos EUA monitorarão de perto o progresso chinês no cumprimento das promessas.

Trump nomeou Lighthizer, um dos críticos mais vocais da China dentro do governo, para supervisionar a nova rodada de negociações comerciais com a China, disseram autoridades.

A nomeação de Lighthizer, que acaba de selar um novo acordo com o Canadá e o México, pode significar uma linha mais dura nas negociações com Pequim e representa uma mudança em relação às conversas anteriores, nas quais Mnuchin tinha um papel central.

"Ele é o negociador mais duro que tivemos no cargo dele e ele irá preparado e retirar as tarifas, as barreiras não-tarifárias e encerrará todas essas práticas estruturais que impedem acesso ao mercado", disse o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, à National Public Radio mais cedo nesta segunda-feira.

Kudlow disse que ele e Mnuchin estarão fortemente envolvidos também, com o secretário do Tesouro lidando com questões financeiras e cambiais.

A Casa Branca está intensificando esforços para levar outros países a produzirem mais veículos nos Estados Unidos. Lighthizer e outras autoridades, incluindo Kudlow, devem se encontrar com montadoras alemãs na terça-feira, incluindo os executivos principais da Volkswagen e Daimler , afirmaram pessoas com conhecimento do tema.

Kudlow disse que a reunião não tem o objetivo de focar em possíveis tarifas comerciais sobre automóveis, embora Trump ainda mantenha essa opinião, e as montadoras serão encorajadas a construir motores nos EUA.

Reguladores chineses não responderam a pedidos de comentário sobre o tuíte de Trump relacionado a tarifas sobre automóveis. Nenhum dos dois países tinha mencionado tarifas sobre carros em seus comunicados da reunião Trump-Xi.

No domingo, Trump tuitou que a China havia concordado em cortar tributos de importação sobre carros de fabricação norte-americana.

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