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EUA e China retomam conversas sobre disputa comercial antes de reunião do G20

18 jun 2019 - 15h36
(atualizado às 16h09)
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A China e os Estados Unidos estão retomando as negociações comerciais antes de uma reunião na semana que vem entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, animando os mercados financeiros com a esperança de que uma guerra comercial entre os dois países diminua.

Presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping 
09/11/2017
REUTERS/Damir Sagolj
Presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping 09/11/2017 REUTERS/Damir Sagolj
Foto: Reuters

Trump disse nesta terça-feira que equipes dos dois lados começariam os preparativos para os líderes se encontrarem na cúpula do G20 em Osaka. A China, que antes se recusou a dizer se os dois líderes se reuniriam, confirmou o encontro.

"Tivemos uma conversa telefônica muito boa com o presidente Xi da China. Vamos ter uma reunião prolongada na semana que vem no encontro do G20 no Japão. Nossas respectivas equipes iniciarão conversações antes de nossa reunião", disse Trump em um tuíte.

As duas maiores economias do mundo estão no meio de uma custosa disputa comercial que pressionou os mercados financeiros e prejudicou a economia mundial.

As negociações para chegar a um acordo amplo fracassaram no mês passado depois que autoridades norte-americanas acusaram a China de recuar de compromissos previamente acordados. A interação entre os dois lados desde então tem sido limitada, e Trump ameaçou, repetidamente, impor mais tarifas aos produtos chineses em um aumento de tensão que as empresas dos dois países querem evitar.

Washington já impôs tarifas de 25% sobre 250 bilhões de dólares em produtos chineses, desde semi-condutores até móveis, que são importados pelos Estados Unidos.

Trump ameaçou colocar tarifas sobre outros 325 bilhões de dólares, cobrindo quase todas as importações chinesas remanescentes dos Estados Unidos, incluindo produtos como celulares, computadores e roupas.

Trump não escondeu que, apesar de sua ameaça de aumentar a disputa, ele queria se encontrar com Xi enquanto ambos estiverem no Japão. A confirmação da China de que a reunião acontecerá elimina a possibilidade de uma esnobada de Pequim que poderia ter desencadeado outra rodada de tarifas.

O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, se recusou a dar detalhes sobre como os dois países se prepararão para a reunião Xi-Trump e disse que os EUA continuarão pressionando para que a China mude suas práticas de roubo de propriedade intelectual e de exigências de que empresas norte-americanas compartilhem sua tecnologia para fazer negócios na China.

"O fato de eles se encontrarem é uma coisa boa", disse Kudlow a repórteres sobre a cúpula do Japão. "Nossa posição continuará a ser (que) queremos mudanças estruturais. Queremos mudanças estruturais em todos os itens... roubo de propriedade intelectual, compartilhamento forçado de tecnologia, ataques cibernéticos. E, é claro, barreiras comerciais. Temos que ter algo que é aplicável."

De acordo com a mídia estatal chinesa, Xi disse a Trump que as relações China-EUA sofreram dificuldades. "Se a China e os Estados Unidos cooperarem, ambos se beneficiarão. Se eles lutarem, os dois se machucam", disse a mídia estatal, parafraseando Xi.

A China quer que os Estados Unidos retirem suas tarifas, mas o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, que liderou as negociações, disse nesta terça-feira que as negociações sozinhas não são suficientes.

"Eu não sei se isso fará com que eles parem de trapacear, apenas as tarifas. Acho que você não tem outra opção", disse Lighthizer em uma audiência do Congresso. "Eu sei de uma coisa que não funciona, que é conversar com eles. Porque nós fizemos isso por 20 anos", disse ele.

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