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EUA e China chegaram a um 'acordo em princípio'

Segundo fontes próximas às negociações, Trump reverteria tarifas em troca de maior abertura do mercado chinês

13 dez 2019 - 04h11
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WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, concordou na quinta, 12, com um "acordo comercial em princípio" com Pequim que reverteria as tarifas já impostas sobre bilhões de dólares em produtos importados da China e cancelaria as novas taxas que entrariam em vigor no domingo, dia 15. Em troca, a China aumentaria as compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos e abriria outras concessões, segundo pessoas familiarizadas com as negociações.

No início da tarde, a agência de notícias Bloomberg anunciou que um acordo já teria sido assinado para resolver a guerra comercial que teve início em março de 2018.

Trump se reuniu ontem na Casa Branca com os principais assessores econômicos e comerciais por uma hora e altos funcionários do governo estavam fazendo ligações para divulgar os contornos do acordo, segundo as fontes. Se confirmado, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o embaixador chinês, Cui Tiankai, devem assinar hoje pelo menos o esboço de um acordo, disse outra fonte.

Michael Pillsbury, consultor do presidente, disse ter conversado com Trump, e ter ouvido dele que o acordo prevê que a China compre US$ 50 bilhões em produtos agrícolas no próximo ano, juntamente com energia e outros bens. Em troca, os Estados Unidos reduziriam a tarifa de importações chinesas, que agora variam de 15% a 25%.

O Wall Street Journal informou que os negociadores americanos ofereceram reduzir pela metade as tarifas cobradas de cerca de US$ 360 bilhões em produtos fabricados na China, além de cancelar as tarifas sobre US$ 156 bilhões em importações que seriam impostas no domingo. Essa oferta foi feita a Pequim nos últimos cinco dias.

Se Pequim não concordar com os termos do acordo, que exigem uma abertura do mercado chinês, as tarifas originais voltariam a ser cobradas. Especialistas em comércio chamam isso de "provisão", embora o presidente não use esse termo, disse Pillsbury.

O presidente destacou que o chamado acordo da "fase 1", que também inclui medidas para melhorar a proteção da propriedade intelectual, abrir o mercado chinês de serviços financeiros e impedir a manipulação de moeda, deve levar à "fase 2". Um porta-voz da embaixada chinesa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Os relatos de que EUA e China teriam chegado a um acordo deram novo fôlego ao apetite por risco nos mercados internacionais. Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,79%; o Nasdaq avançou 0,73%; e o S&P 500 teve ganho de 0,86%. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estadão
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