Equador corta ministérios e aumenta preço da gasolina para enfrentar crise econômica
Presidente equatoriano, Lenín Moreno, anunciou novo pacote de austeridade para vencer turbulência econômica no país deixada pelo seu antecessor, Rafael Correa
QUITO - O governo do Equador cortará 20 instituições federais, incluindo sete ministérios, e aumentará o preço da gasolina para combater a crise econômica do país, informou o presidente equatoriano, Lenín Moreno, em pronunciamento nesta terça-feira, 21. O novo pacote, diz o mandatário, também prevê mudanças na política de subsídios de combustíveis, tema sensível que já despertou protestos pelo país.
"Vamos apertar ainda mais o cinto do Executivo", disse Moreno, acompanhado do Secretário Geral da Presidência, Eduardo Jurado, e do Ministro de Finanças, Richard Martínez.
O pacote de austeridade eliminará 20 instituições federais, incluindo o Ministério da Justiça e a Secretaria de Comunicação do governo, que serão incorporadas em outras pastas da administração. Além disso, o preço da gasolina 'super', a mais cara do mercado, subirá 20%, saltando de US$ 2,48 para US$ 2,98. Outra medida é o fechamento das embaixadas da Bielorrússia, Angola, Argélia e outros oito consulados.
"Também otimizaremos o subsídio ao diesel para setor empresarial", informou Jurado, especificando que o plano não contempla as transportadoras. De acordo com o secretário, os "subsídios em combustíveis custam ao Equador mais de 3 bilhões de dólares".
Ministros do governo também serão atingidos pelos cortes. Serviços de telefonia para o alto escalão deixarão de ser pagos e os serviços de segurança serão suspensos para todos que não possuem cargos considerados de risco. Além disso, Moreno venderá cerca de mil veículos do Executivo e proibirá empresas estatais de contratar diretamente obras ou serviços.
De acordo com o ministro Martínez, o corte de gasto permitirá ao governo economizar 1 bilhão de dólares anuais durante a crise econômica.
O plano de medidas também buscará reaquecer o setor produtivo ao conceder crédito de 1,3 bilhão de dólares para os setores de construção, agrícola e pequenas e médias empresas.
O governo afirma que as reformas são necessárias para resolver a situação do Equador após o "excessivo endividamento" do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), que deixou o país com uma dívida de 60% do PIB equatoriano. A medida tem objetivo de reduzir o déficit fiscal do Equador para 1% até 2021, fim do mandato de Moreno na presidência. //AFP, ASSOCIATED PRESS