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ENTREVISTA-Voos da Air France KLM a partir de Fortaleza devem ter taxa de ocupação acima da média de SP e RJ

21 fev 2018 - 11h32
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A demanda por voos da Air France KLM para a Europa a partir do hub de Fortaleza indica que a taxa de ocupação média nos primeiros meses de operação deve ficar acima da verificada nos voos partindo de São Paulo e do Rio de Janeiro, disse o diretor geral Air France KLM para a América do Sul, Jean-Marc Pouchol.

O novo hub, em parceira com a Gol, entra em operação em maio e a empresa franco-holandesa já identificou demanda suficiente para adicionar mais uma frequência, chegando a seis voos semanais com destino a Paris e Amsterdã.

"Quando avaliamos todas as reservas a partir de maio até final de outubro, todo verão (europeu), a fotografia dessas reservas mostra uma taxa de ocupação mais alta do que temos no Rio e em São Paulo", disse Pouchol sem informar a média de ocupação nas duas cidades.

O projeto das duas companhias aéreas entra em operação meses após as empresas completarem quatro anos de parceria, atendendo 18 países em conjunto e com 800 mil passageiros transportados em seus voos conectados no período.

Diante da perspectiva de recuperação da economia, as empresas apostam na parceira já estabelecida para atender ao esperado aumento de demanda e veem os voos a partir de Fortaleza como "tráfego adicional" e não com risco de algum impacto negativo nas operações de São Paulo e Rio de Janeiro.

"Vemos uma dinâmica das vendas no Rio e em São Paulo que continua com a mesma tendência do que antes da abertura das vendas em Fortaleza", disse Pouchol. O executivo acrescentou ainda que a empresa vai aumentar em três voos semanais a frequência de voos da Air France a partir do Rio de Janeiro em novembro, chegando a 10 voos semanais.

No ano passado, a demanda por voos internacionais das empresas aéreas brasileiras subiu 12 por cento em relação a 2016, com taxa de ocupação de 84,8 por cento, a maior da série histórica iniciada em 2000.

CÉUS ABERTOS

No fim do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou um acordo de céus abertos com os Estados Unidos que permitirá uma ampliação dos voos dos EUA para o Brasil e vice-versa. O tratado elimina os limites do número de voos entre os dois países e é um requisito para o Departamento de Transportes dos EUA aprovar um acordo comercial comum entre a American Airlines Group e a Latam Airlines para expandir seu tráfego na região.

Para a Gol, que também tem parceria com a norte-americana Delta Air Lines, a mudança regulatória será positiva, mas ainda não está sendo levada em conta em seus planos de expansão.

"A gente já trabalha como se tivesse num ambiente regulatório bem livre... A gente começou essas parcerias antes do ambiente regulatório mudar e tem dado muito certo", disse o vice-presidente de planejamento da Gol, Celso Ferrer, acrescentando que os números de conectividade em decorrência das parcerias com Air France KLM e Delta são "surpreendentes para um ambiente que ainda não está de céus abertos".

A Gol não descarta um aumento da concorrência com a entrada em vigor do acordo de céus abertos, assim como diante do aquecimento da economia brasileira.

"O que eu acredito é que quem está no mercado vai querer crescer, vai ser uma competição muito grande", disse Ferrer, da Gol. "Quem já voa, está numa agenda de expansão de 'o que vem depois crise'... Pode ter novos entrantes e vai ser um cenário competitivo bem desafiador para as companhias que vão ter que ser melhores a cada dia."

Os executivos da Air France KLM e da Gol destacam ainda que a parceira entre as duas empresas fortalece a posição de ambas para enfrentar o aumento na concorrência.

"Efetivamente vai ter cada vez mais concorrência, é normal... mas temos uma vantagem, o fato de termos lançado a parceria quatro anos atrás e já podemos aproveitar o efeito positivo em comparação com outras companhias que não tem esse tipo de parceria hoje no Brasil", disse Pouchol, da Air France KLM.

Quanto à expansão dos voos internacionais, a Gol vai começar a oferecer em novembro quatro voos regulares diários para a Flórida, nos Estados Unidos, partindo de Brasília e Fortaleza, utilizando as novas aeronaves Boeing 737 MAX 8, que começam a chegar em junho deste ano.

A empresa vê ainda a possibilidade de futuramente operar voos próprios para a Europa, também usando as novas aeronaves.

"A gente obviamente está estudando todas as possibilidades com esse novo equipamento e tentando extrair o máximo de performance dele, desafiando o fabricante", disse Ferrer.

ICMS

No ano passado, as empresas aéreas não conseguiram que o Senado aprovasse a limitação em 12 por cento do ICMS sobre o combustível de aviação, com a expectativa que a medida seja reapresentada ainda este ano.

No entanto, diante do cenário político incerto em ano de eleições, a Gol não traça um calendário possível para a votação, mas afirma que no caso de aprovação desse limite deve haver mudanças imediatas, como aumento de oferta e reformulação da malha aérea.

"O que a gente vai fazer é: assim que votado a gente adapta o planejamento, mas é um planejamento de aumento de oferta, de redesenho de algumas rotas que a gente tem", disse Ferrer, da Gol, acrescentando que essas mudanças não envolveriam redução de voos.

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