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ENTREVISTA-Guedes diz que "buraco negro fiscal" impede investimento e deixa país fadado a baixa expansão

15 mai 2019 - 14h24
(atualizado às 14h48)
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A reforma da Previdência abrirá espaço para o Brasil ter crescimento sustentado entre 10 e 15 anos, disse à Reuters nesta quarta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, para quem, sem as mudanças nessa área, o país está fadado a um baixo nível de expansão.

Ministro da Economia, Paulo Guedes
14/05/2019
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Economia, Paulo Guedes 14/05/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"O buraco negro fiscal impede investimentos. Com a Nova Previdência abrimos espaço para 10 a 15 anos de retomada do crescimento", afirmou o ministro.

Desde 2011, o Brasil cresce em média 0,6% ao ano.

À Reuters, o ministro garantiu que, se a nova Previdência for aprovada dentro dos parâmetros propostos que prevêem uma economia de mais de 1 trilhão de reais em dez anos, o Brasil entrará em um ciclo econômico virtuoso.

"Com a Nova Previdência teremos equilíbrio fiscal, retomada de investimentos privados, poupança externa, juros mais baixos", afirmou o ministro, segundo o qual a nova Previdência "aumenta poupança interna, acelera crescimento e criação de empregos".

Na véspera, Guedes havia sinalizado que a projeção do governo para a expansão do PIB neste ano foi reduzida para 1,5%.

Na manhã desta quarta-feira, o Banco Central divulgou que o IBC-Br, espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,28 por cento em março na comparação com o mês anterior, segundo dado dessazonalizado. O resultado foi pior do que a expectativa de queda de 0,20 por cento em pesquisa da Reuters.

Os dados oficiais do PIB serão reportados pelo IBGE no próximo dia 30, mas indicadores antecedentes já apontam enfraquecimento da atividade econômica, com o Banco Central considerando a possibilidade de contração do PIB nos três primeiros meses do ano.

"O Brasil hoje é prisioneiro da armadilha do baixo crescimento", disse Guedes à Reuters. "Sem a nova Previdência ficaremos mal", acrescentou.

O ministro se disse "confiante" na aprovação da PEC que muda a regras das aposentadorias e aposta no apoio que vem recebendo dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

"Maia e Alcolumbre são excelentes lideranças no Congresso e estou confiante", disse, citando os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A expectativa do governo é que a reforma seja aprovada no segundo semestre, mas até lá há muitos desafios no horizonte.

Por causa da fraqueza adicional da economia, o governo anunciará no fim deste mês novo contigenciamento de recursos, que deve ficar perto de 10 bilhões de reais.

O Executivo ainda tenta no Congresso a aprovação de um crédito adicional para pagar despesas correntes sem infringir a chamada regra de ouro --que proíbe a emissão de dívida para o pagamento de despesas correntes, como salários e aposentadorias.

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