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Engie quer crescer em transmissão de energia; pode avaliar leilão da Cesp

23 fev 2018 - 14h05
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A Engie Brasil Energia, controlada pelo grupo francês Engie, ainda tem uma boa capacidade financeira para novos investimentos mesmo após comprar duas hidrelétricas no final do ano passado por 3,5 bilhões de reais, disseram executivos da companhia em teleconferência nesta sexta-feira.

A companhia, líder em capacidade de geração entre as empresas privadas no Brasil, quer ampliar a presença no setor de transmissão, no qual arrematou sua primeira concessão no ano passado, e poderá também avaliar a possibilidade de disputar o leilão de privatização da geradora paulista Cesp.

O diretor financeiro da elétrica, Carlos Freitas, disse que a empresa tem um grande fôlego, uma vez que trabalha hoje com uma alavancagem que representa uma proporção de 1,3 vez entre a dívida líquida e a geração de caixa.

"A gente trabalha em condições normais para atingir um nível de 2,5 vezes de dívida líquida e Ebitda, com dívida de longo prazo... No nosso caso, dívida barata. A gente se sente confortável, hoje estamos em 1,3 (vez) e podemos até dobrar", afirmou.

O presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, ressaltou ainda que a companhia poderia até "ultrapassar um pouco esse limite" por algum período, caso entenda que tem boas oportunidades.

No setor de transmissão, a companhia deverá seguir disputando leilões de novas concessões para a construção de linhas conforme forem realizados pelo governo.

"A gente quer manter um fluxo de obras e crescimento contínuo. A transmissão é hoje uma prioridade para nós, até para criar 'massa crítica'. O que a gente tem feito é buscar linhas que tenham algum tipo de sinergia com nosso portfólio", afirmou Sattamini.

Em relação à Cesp, o executivo disse que poderá avaliar a possibilidade de disputar o leilão de privatização da elétrica paulista após um decreto federal que autorizou a renovação das concessões da companhia, o que aumenta a atratividade do negócio.

"Obviamente, a mudança na estrutura melhora bastante. A gente pode potencialmente olhar o ativo, mas o momento não chegou ainda, vamos esperar os documentos (sobre o processo de privatização serem divulgados)", disse, após pergunta de um analista.

Outro alvo da Engie para crescer são projetos de energia eólica e solar, mas Sattamini reclamou dos preços atingidos no último leilão para novas usinas fotovoltaicas no Brasil, em dezembro.

"Os preços do último leilão não foram convidativos. Não sei qual a estratégia dos demais 'players'. Você sabe que a gente tem uma postura conservadora", afirmou.

JIRAU E DIVIDENDO

A Engie Brasil Energia está se preparando para em breve assumir uma participação na hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, onde sua controladora Engie é acionista.

Sattamini disse que o banco Itaú foi contratado para apoiar a transferência do ativo para a companhia, que será discutida em um comitê especial formado principalmente por conselheiros independentes.

"A gente tem conhecimento que o Itaú tem conversado com nosso controlador para fazer a estrutura da transferência e o melhor 'timing'", disse, sem detalhar.

Ele também afirmou que eventualmente a Engie poderia estudar reduzir seus dividendos para apoiar sua estratégia de crescimento, mas apenas se as oportunidades justificassem tal movimento.

A companhia decidiu distribuir 100 por cento dos lucros de 2017 aos acionistas.

"Estamos mantendo nosso discurso de distribuir sempre o máximo. Estamos mantendo o "payout" mesmo em período em que o investimento foi enorme, porque não temos intenção de acumular caixa. Ou buscamos maneira lucrativa de crescer ou distribuímos dividendo", afirmou.

A política estatutária da Engie prevê dividendo mínimo de 30 por cento do lucro líquido ajustado, mas a administração da empresa tem mantido um compromisso de distribuição de no mínimo 55 por cento dos ganhos ajustados.

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