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Empresas da Índia podem disputar leilão de distribuidoras da Eletrobras, dizem fontes

6 abr 2018 - 17h15
(atualizado às 17h39)
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Elétricas da Índia têm demonstrado interesse em disputar um leilão previsto para o final de maio no qual serão privatizadas seis distribuidoras de eletricidade da Eletrobras que operam em Estados do Norte e Nordeste do país, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

Linhas de transmissão de energia em Brasília
31/8/2017
REUTERS/Ueslei Marcelino
Linhas de transmissão de energia em Brasília 31/8/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

O movimento vem após uma bem-sucedida estreia de indianos no setor de transmissão de energia no Brasil, onde a Sterlite Power Grid arrematou contratos para a construção de empreendimentos nas últimas duas licitações de concessões no segmento promovidas pelo governo.

Na área de distribuição, o apetite é da Adani Power, que chegou a se inscrever no último leilão de transmissão, em dezembro, da CESC Limited e da Tata Power, disse uma das fontes, que falou sob a condição de anonimato porque o assunto é tratado sob sigilo.

"Eles têm experiência em combate a perdas de energia e estão querendo vir para o Brasil. É um capital bem-vindo", afirmou.

As distribuidoras da Eletrobras que devem ser privatizadas são fortemente deficitárias e sofrem com problemas de inadimplência e furtos de energia, agravados por atuarem em Estados menos desenvolvidos do país.

Devido aos elevados prejuízos acumulados nos últimos anos, as distribuidoras da Eletrobras serão vendidas a um preço simbólico mínimo de 50 mil reais, associado a obrigações de aporte de capital e investimento nas empresas.

O grupo de empresas indianas já havia feito uma demonstração inicial de interesse nos ativos da Eletrobras durante um roadshow promovido pela estatal em Londres para divulgar seu processo de vendas de ativos, disse uma segunda fonte.

Posteriormente, as elétricas acessaram também o data-room aberto com informações sobre as distribuidoras da Eletrobras, que operam no Acre, Amazonas, Alagoas, Roraima, Rondônia e Piauí, ainda de acordo com a segunda fonte.

"Nós ouvimos que tem algumas empresas indianas no páreo... e falaram que eles vêm, e vêm fortes para ganhar", disse à Reuters um especialista que trabalha com fusões e aquisições em energia, sob a condição de anonimato.

Procurada, a Eletrobras não quis se pronunciar sobre o assunto.

Representantes das empresas Adani Power, Tata Power e CESC Limited não responderam a solicitações para comentar.

A CESC é a primeira elétrica integrada da Índia, na ativa desde 1899 e com ativos de geração, transmissão e distribuição no país, segundo informações do site da companhia.

A Tata Power, antes conhecida como Tata Electric, também tem mais de 100 anos e opera ativos de geração, transmissão e distribuição, além de possuir negócios em países como a Indonésia, África do Sul e Vietnã, entre outros.

Já Adani Power é o braço de investimentos em energia do gigante da infraestrutura Adani Group, que atua em setores como mineração de carvão, logística e agronegócio. A empresa possui negócios em geração e transmissão de eletricidade.

O certame de privatização é previsto para 21 de maio, na sede da bolsa paulista B3.

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