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Empresários pedem 'plano Marshall' e XP fala em 40 milhões de desempregados

Em live, Guilherme Benchimol, presidente da corretora, defendeu a criação de um 'plano Marshall', pacote de reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial

22 mar 2020 - 20h23
(atualizado às 20h56)
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Empresários avaliam que a crise desencadeada pela disseminação do novo coronavírus provocará grande impacto no sistema de saúde brasileiro, mas os estragos na economia real serão muito mais profundos, com possibilidade de gerar um caos social no País. Eles pedem ações de grande impacto por parte da União.

O presidente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, disse que vê um risco de crescimento do desemprego para mais de 40 milhões de brasileiros em decorrência da pandemia do Covid-19. "É um número assustador", disse hoje, 22, em uma live com outros empresários.

"Eu vi hoje uma entrevista do presidente regional do Fed de St. Louis, James Bullard (banco central norte-americano), dizendo que a taxa de desemprego irá subir de 3% para mais de 30% nos Estados Unidos por causa da crise", afirmou. "No Brasil, onde há mais de 10 milhões de desempregados, acredito que o impacto será muito maior", disse.

Benchimol defendeu a criação de um plano Marshall - pacote de reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. "O que temos até agora de estímulos é uma gota no oceano. Tem de ser um plano de verdade, os números são assustadores, o buraco é muito mais embaixo", disse. Na semana passada, a equipe econômica liberou um pacote R$ 147 bilhões em estímulos à economia, com mais R$ 55 bilhões anunciados neste domingo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajuda às empresas e pessoas físicas.

Numa transmissão de duas horas pela internet, promovida pela XP Investimentos na qual participaram o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, o presidente da Stone, André Street, o fundador da MRV, Rubens Menin, Benchimol cobrou medidas mais robustas do governo federal para evitar o alta do desemprego e do caos social no país. "O risco é aumento de pessoas passando fome e no número de assassinatos nos próximos meses."

Steinbruch, Street e Menin também veem risco de paralisia da economia, principalmente das pequenas e médias empresas. "É preciso apoiar o comércio local. A cabeleireira, o dono de bar, o pequeno empreendedor já estão sentindo os impactos da crise", afirmou Menin, acionista da MRV, principal construtora do Minha Casa Minha Vida.

De forma geral, os empresários esperam uma mobilização nacional com ajuda do governo e do Congresso para que estimule medidas contraciclícas. "Sou liberal, mas é preciso medidas de apoio à economia", disse Street, da empresa de meios de pagamentos. Steinbruch espera que o governo amplie o prazo para pagamento de impostos e que já conversa com fornecedores para manter as atividades em funcionamento.

Em resposta ao aumento do número de desempregados no País, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que mais de 20 a 30 milhões de brasileiros serão impactados com as medidas atuais. "Provavelmente vai se precisar de mais e vamos ajudar. Já estamos postergando os pagamentos, reduzindo a taxas de juros", disse. "Isso nos preocupa e um plano está sendo liderado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes."

Estadão
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