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Embraer busca parceiros, mas não a repetição do acordo com a Boeing

2 jun 2020 - 09h17
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A Embraer, terceira maior fabricante de aviões do mundo, está aberta a novos parceiros de negócios após a Boeing ter desistido de um acordo de 4,2 bilhões de dólares, afirmou o presidente da empresa brasileira à Reuters.

14/08/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
14/08/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

    Mas Francisco Gomes Neto disse que qualquer novo acordo será menor em escopo do que aquele que vinha sendo negociado com a Boeing e que foi encerrado em abril.

    "Não estamos procurando uma parceria da dimensão que a gente tinha com a Boeing", afirmou ele. "Nós achamos que seria muito mais rápido e eficiente parcerias por projeto".

    Para isso, Gomes Neto desfará o dispendioso processo de separação que preparou a lucrativa divisão de jatos comerciais da Embraer para a aquisição da Boeing e trará todos os seus funcionários de volta ao mesmo teto corporativo.

    As duas empresas estão agora envolvidas em processos de arbitragem uma contra a outra, ambas questionando se as condições necessárias para o negócio foram atendidas.

    Quando a Boeing cancelou o acordo planejado em abril, quando o coronavírus devastou o setor de viagens, a Embraer ficou sem um plano B.

    Gomes Neto reconheceu que a Embraer está apenas elaborando um plano de negócios de cinco anos para a divisão de jatos comerciais que a Boeing teria administrado. A Embraer elaborou planos semelhantes no ano passado para suas unidades de defesa e jatos executivos, que seguiriam independentes da Boeing.

    A unidade comercial produz jatos de médio porte de até 150 passageiros, que competem diretamente com o Airbus A220. Esse avião foi desenvolvido inicialmente por uma empresa menor, a Bombardier do Canadá, cujo projeto de jato foi comprado pela fabricante europeia.

    Gomes Neto, que assumiu o cargo após a assinatura do contrato da Boeing, agora está refazendo a Embraer como uma empresa focada em encontrar parcerias menores e mais direcionadas.

    Uma nova aeronave turboélice que a Embraer deseja desenvolver, mas não tem mais dinheiro para financiar, pode potencialmente gerar um acordo, disse ele.

    "Nesses primeiros anos agora saindo dessa crise, a gente vai ter que priorizar muitos investimentos", disse Gomes Neto. "A gente reduziu todos os investimentos, alguns muito próximos de zero".

    A Reuters informou na sexta-feira que China, Índia e Rússia estavam avaliando possíveis parcerias com a Embraer.

    "Não temos negociações em andamento no momento, mas sem dúvida são parceiros em potencial", disse Gomes Neto sobre esses países. "Estamos avaliando esses mercados neste momento ... mas ainda está em um estágio embrionário".

    Outra parceria em potencial envolve o avião de carga militar KC-390, que a Boeing já ajudaria no mercado. Embora Gomes Neto tenha dito que a China poderia ser parceira em jatos comerciais, o cálculo é mais complexo para um avião militar, porque ia ser vendido para aliados dos EUA em parceria com a Boeing.

    "A arena militar é um pouco mais delicada ... então, por enquanto, vamos nos concentrar em nosso plano de negócios original para o KC-390", disse ele. "Portanto, uma parceria seria apenas um segundo estágio."

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