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Embraer assina contrato de venda de aeronaves para empresa americana por até US$ 3,9 bi

As entregas das aeronaves brasileiras começarão em 2023; contrato é de compra de 20 aeronaves e direito de compra de mais 30

24 jan 2022 - 10h26
(atualizado às 17h24)
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A Embraer assinou contrato de venda de 20 aeronaves da família E2 para a companhia americana de arrendamento de aviões Azorra, além de mais 30 direitos de compra, totalizando 50 unidades. A preços de tabela, a encomenda é avaliada em US$ 3,9 bilhões. Segundo a fabricante brasileira, o acordo é flexível e permite que a Azorra adquira aeronaves E190-E2 ou E195-E2.

A Azorra e a Embraer mantêm uma estreita parceria, já que a empresa também participa do projeto Eve, startup de "carros voadores" da fabricante brasileira. O novo negócio tem contribuído para o ressurgimento da Embraer depois da malfadada tentativa de união de suas operações de aviação comercial com a Boeing, iniciada em 2018 e cancelada pouco antes da pandemia, no início de 2020.

A recuperação da Embraer ficou evidente no desempenho da companhia na B3, a Bolsa brasileira, no ano de 2021. Enquanto o mercado como um todo andou para trás, com queda de quase 12% do Ibovespa (principal índice de ações brasileiro), a fabricante aeronáutica liderou os ganhos no ano, vendo sua ação se valorizar mais de 180%.

No fim de dezembro, a Azorra anunciou a compra de 200 aeronaves de pouso e decolagem vertical, chamadas tecnicamente de e-VTOL. Além disso, a companhia de leasing de aeronaves também assinou um acordo com a subsidiária da Embraer para fornecer infraestruturas adicionais para o funcionamento dos carros voadores. O objetivo da Embraer é ter essas aeronaves em operação a partir de 2026.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ontem, a Embraer detalha que a Azorra é uma empresa de leasing especializada em aeronaves executivas, regionais e comerciais. As entregas terão início em 2023.

"Esse compromisso reforça nossa crença no E2, uma família de aeronaves modernas com desempenho econômico e ambiental superior, proporcionando à Azorra uma excelente oportunidade para estabelecer uma posição de liderança nos mercados em que servimos", disse John Evans, CEO da Azorra, na nota.

Avaliação do mercado

O pedido de quase US$ 4 bilhões não foi suficiente para alterar a visão do Citi sobre a Embraer. Isso porque, segundo apontam os analistas Stephen Trent, Brian Roberts e Filipe Nielsen, a Azorra é um concorrente um pouco menos conhecido no mercado global de leasing de aeronaves. Eles ainda acreditam que a transação provavelmente também envolva um desconto significativo no preço de tabela por unidade.

"No passado, a Embraer enfrentou desafios de ter sua carteira comercial concentrada em alguns grandes clientes e parte desses clientes acabaram adiando e/ou cancelando parcelas de seus pedidos", observam os analistas.

Como a Azorra não espera começar a receber este pedido antes de 2023, o Citi não fez nenhum ajuste em suas estimativas da Embraer neste momento. O banco manteve a recomendação neutra para o ADR (recibo de ação) da Embraer, negociado em Nova York, com preço-alvo de US$ 17,50 e potencial de alta de 16,8% ante à cotação atual.

Estadão
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