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Em dia de recuperação, Ibovespa sobe mais de 2% com ajuda de estrangeiros

22 ago 2018 - 17h43
(atualizado às 18h01)
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A bolsa paulista teve recuperação nesta quarta-feira, com o Ibovespa fechando em alta de mais de 2 por cento, após atingir mínima em quase seis semanas na véspera, em meio à cobertura de posições vendidas e compra por parte de estrangeiros, embora persistam preocupações com o quadro eleitoral no país.

Investidor olha cotações em painel na bolsa de valores de São Paulo 10/8/2011. REUTERS/Paulo Whitaker
Investidor olha cotações em painel na bolsa de valores de São Paulo 10/8/2011. REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O principal índice de ações da B3 subiu 2,29 por cento, a 76.902,30 pontos, revertendo a fraqueza do começo da sessão, quando chegou a cair 0,4 por cento. Das 67 ações que compõem o Ibovespa, apenas duas caíram. O volume financeiro da sessão alcançou 9,6 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa tinha fechado em baixa de 1,5 por cento, a 75.180,40 pontos.

Com o desempenho desta quarta-feira, o Ibovespa voltou a ficar no azul em 2018, com acréscimo de 0,65 por cento. No mês de agosto, contudo, ainda acumula queda de 2,93 por cento.

Segundo o chefe da área de renda variável de uma corretora de banco em São Paulo, o fato de haver muitos investidores com posições vendidas na bolsa, em razão de receios com o quadro eleitoral, dita recuperações pontuais dada a necessidade de cobertura de parte dessas posições vendidas (com compras).

Pesquisa Datafolha conhecida nesta quarta-feira mostrou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, liderando corrida presidencial com 22 por cento, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não aparece na disputa.

Marina Silva (Rede) vem em seguida, com 16 por cento, acompanhada por Ciro Gomes (PDT), com 10 por cento, Geraldo Alckmin (PSDB), com 9 por cento, Alvaro Dias (Podemos), com 4 por cento, e Fernando Haddad (PT), também com 4 por cento, apontou o levantamento divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.

A equipe da Coinvalores destacou que o receio de um segundo turno sem a presença de um candidato considerado reformista gera instabilidade no mercado.

Em nota a clientes, a XP Investimentos afirmou o tempo de televisão e financiamento são determinantes para o sucesso de uma campanha, mas isso deve ser refletido nas pesquisas somente às vésperas da eleição, "e portanto a percepção de risco deve continuar elevada".

Profissionais de renda variável também citaram presença de estrangeiros para explicar a melhora no pregão, apoiados em dados recentes de fluxo no segmento Bovespa da B3, que apenas no último dia 20, mostram entrada líquida de 1,5 bilhão de reais.

"O mercado de ações no Brasil voltou a atrair compradores estrangeiros com Ibovespa em dólar voltando a ser cotado em 18 mil pontos, com destaque para os bancos e setores exportadores ligados à commodities", notou o analista Régis Chinchila, da corretora Terra Investimentos.

DESTAQUES

- VALE ganhou 3,03 por cento, sendo a principal contribuição positiva para o Ibovespa. A disparada do dólar frente ao real para acima de 4 reais também ajudou dado do efeito benigno na receita da mineradora.

- PETROBRAS PN valorizou-se 3,56 por cento, com a alta dos preços do petróleo ajudando na recuperação após as ações recuarem nos últimos seis pregões, embora os papéis sigam sensíveis a especulações sobre a corrida presidencial.

- BANCO DO BRASIL subiu 3,48 por cento, numa trégua após declínio consecutivo nos últimos três pregões, quando acumulou perda de quase 10 por cento. BRADESCO PN subiu 2,46 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN avançou 2,38 por cento.

- NATURA fechou em alta de 5,86 por cento, após recuar mais de 9 por cento desde o começo do mês.

- KROTON avançou 6,57 por cento, reagindo após perder quase 13 por cento em agosto até a véspera. A cotação ainda está em patamar inferior ao do começo da semana passada.

- BB SEGURIDADE cedeu 0,79 por cento, uma das poucas quedas dia. Em relatório, o Itaú BBA reduziu estimativas para os lucros da companhia e cortou o preço-alvo de 34 para 32 reais, citando que vê o setor de previdência da companhia ainda sofrendo, embora em relação a uma base de comparação elevada. A recomendação 'outperform', contudo, foi mantida.

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