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Eletrobras vê impactos positivos no 4º tri após vendas de ativos

13 nov 2018 - 18h19
(atualizado às 18h25)
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A Eletrobras deve ter impactos positivos nos resultados do último trimestre do ano, quando espera contabilizar efeitos de recentes vendas de ativos, como subsidiárias de distribuição de energia e fatias em usinas eólicas e linhas de distribuição, disse em teleconferência nesta terça-feira o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr.

CEO da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. 
31/01/2018
REUTERS/Nacho Doce
CEO da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. 31/01/2018 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

Apenas a alienação de participações minoritárias em negócios de geração e transmissão, realizada em uma licitação em setembro, deverá gerar potencial resultado líquido de cerca de 400 milhões de reais após a assinatura dos contratos, prevista para dezembro, segundo o executivo.

Já a privatização das distribuidoras da estatal no Piauí, Acre, Rondônia e Roraima deverá possibilitar uma potencial reversão de passivos a descoberto de 2,9 bilhões de reais.

"O terceiro trimestre, ele foi maculado por conta das provisões operacionais, além do prejuízo das próprias distribuidoras... mas temos uma reserva importante de valor para o quarto trimestre", afirmou Ferreira.

Ele adiantou que a reversão de passivos a descoberto ainda pode alcançar no futuro um total de 8,645 bilhões de reais se a companhia tiver sucesso também na privatização de suas distribuidoras no Alagoas e no Amazonas.

O leilão da elétrica do Amazonas está agendado para 27 de novembro, mas o governo ainda busca soluções para aumentar o interesse de investidores na endividada companhia.

Já a venda da distribuidora do Alagoas, a Ceal, está travada no momento devido a uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), após ação movida pelo governo alagoano.

Segundo Ferreira, a Eletrobras não vê "nenhum risco" de não atrair interessados na Ceal, caso a liminar seja derrubada.

"Esperamos que isso em breve seja apreciado pelo pleno do Supremo e a gente termine isso", afirmou ele.

O executivo também se disse otimista com uma movimentação do governo federal, que tem falado em publicar em breve uma ou mais medidas provisórias (MPs) que poderiam ajudar a viabilizar a desestatização da empresa do Amazonas.

"Entendo que há um esforço do governo em relação a essa MP... tenho uma perspectiva de que, sim, tenhamos MPs nesse sentido, para amparar a perspectiva da própria privatização", apontou.

Segundo o presidente da Eletrobras, um sucesso completo na privatização das distribuidoras poderá permitir à companhia reduzir o quadro de colaboradores de 26 mil para pouco mais de 12 mil pessoas. A venda dessas empresas também permitiria uma redução de custos com pessoal para 3,2 bilhões de reais, frente a 6,5 bilhões de reais em 2016.

A estatal deverá fechar 2018 com investimentos de cerca de 4 bilhões de reais, segundo Ferreira, ante um orçamento original de 6,2 bilhões para o ano. Até o final do terceiro trimestre, os aportes acumulados em 2018 somam 2,8 bilhões de reais.

FUTURO NA COMPANHIA

O presidente da estatal disse ainda que está aberto a seguir no comando da companhia caso seja convidado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, ao responder pergunta de um analista durante a teleconferência com investidores.

Ele disse, no entanto, que a possibilidade de permanência também estaria relacionada à eventual intenção de Bolsonaro de levar adiante uma reestruturação da companhia iniciada sob o governo Temer, que previa inclusive um projeto de desestatização e capitalização da elétrica por meio da emissão de novas ações.

"Olhando do ponto de vista pessoal, vocês sabem que a gente veio aqui para fazer um processo de reestruturação da companhia... havendo interesse em continuar esse trabalho, inclusive o processo de capitalização da Eletrobras que será necessário, obviamente que este que vos fala tem interesse em continuar", afirmou.

Ferreira acrescentou que tem interagido com a equipe do presidente eleito, principalmente por meio do professor Luciano de Castro, da Universidade de Iowa, que assessora Bolsonaro em propostas para o setor de energia e faz parte do time de transição de governo.

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