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Economistas passam a prever inflação de 5,82% e elevam estimativa da Selic para 6,50% em 2021

Projeção para o IPCA está acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de acordo com o boletim Focus

14 jun 2021 - 10h39
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BRASÍLIA - A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 se distanciou do teto da meta perseguida pelo Banco Central. Os economistas alteraram a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - a inflação oficial do País - deste ano de alta de 5,44% para 5,82%, segundo o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 14, pelo BC.

O centro da meta de inflação, em 2020, é de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto. Pelo sistema vigente no País, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do mercado fica cada vez mais acima do teto do sistema de metas.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Os economistas aumentaram a projeção para o índice em 2022 de 3,70% para 3,78% e, para 2023, seguiu em 3,25%. A meta de 2022 é de 3,50% e de 3,25% em 2023, também com a margem de tolerância de 1,5 ponto.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de maio chegou a 0,83%, o maior para o mês em 25 anos. Com esse resultado, o índice acumula alta de 8,06% no período de 12 meses.

Com esses dados, os analistas também alteraram suas projeções para a Selic, a taxa básica da economia, no fim de 2021. Segundo o relatório Focus a maioria das previsões para a Selic neste ano foi de 5,75% para 6,25% ao ano. No caso de 2022 e 2023, as projeções permaneceram em 6,50%.

Aumento na projeção para a atividade econômica

A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano também melhorou, passando de alta de 4,36% para elevação de 4,85%.

No dia 1º de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 1,2% nos primeiros três meses de 2021, na comparação com o trimestre anterior.

Os números confirmaram que a economia brasileira iniciou o ano em expansão, dando sequência à recuperação dos danos causados pela pandemia, embora o ritmo tenha perdido força - a alta foi menor que a registrada nos dois trimestres anteriores. Ainda assim, o resultado foi suficiente para levar o PIB de volta ao patamar do quarto trimestre de 2019 em termos de volume.

Estadão
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