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Economia dos EUA precisa de mais estímulos e uso mais amplo de máscaras, dizem autoridades do Fed

3 ago 2020 - 17h46
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A economia dos Estados Unidos, atingida pelo ressurgimento da disseminação da Covid-19, precisa de maior gasto do governo para apoiar famílias e empresas e mais ampla utilização de máscaras para controlar melhor o vírus, disseram vários integrantes do banco central norte-americano nesta segunda-feira.

Prédio do Federal Reserve Board na Constitution Avenue, em Washington, EUA, 19 de março de 2019. REUTERS/Leah Millis
Prédio do Federal Reserve Board na Constitution Avenue, em Washington, EUA, 19 de março de 2019. REUTERS/Leah Millis
Foto: Reuters

Os pedidos por aumento de intervenção governamental vieram num momento em que parlamentares norte-americanos e a Casa Branca retomaram negociações sobre um novo pacote de auxílio governamental, incluindo uma possível extensão dos benefícios a desempregados que expiraram na sexta-feira.

"Quatro meses atrás, quando fizemos o primeiro estímulo, pensamos que a economia enfrentava um buraco e o estímulo colocava uma tábua sobre ele para podermos prosseguir. Agora, a escalada do vírus pode estar transformando esse buraco em uma cratera e criando uma necessidade de uma tábua maior", disse o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, em comentários de webcast para a Câmara de Comércio da Virgínia do Norte.

"Retirar rapidamente o apoio que consumidores e empresas estão recebendo seria uma atitude bastante traumática para o que está acontecendo na economia."

Ecoando esses tons, embora em termos ligeiramente diferentes, estavam o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, e o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard.

Kaplan refutou a ideia de que os benefícios semanais extras de 600 dólares para os desempregados haviam dificultado a contratação de trabalhadores pelas empresas, enquanto Bullard afirmou que os esforços anteriores para manter empresas e famílias inteiras durante a crise deram resultado até agora.

"Examinamos vários estudos, fizemos nosso próprio trabalho: não vemos tanto isso nos dados, mas posso dizer que estou ouvindo isso de pessoas de negócios", disse Kaplan à Bloomberg TV. "Embora possa ter dificultado a contratação por certas empresas, ajudou a criar empregos, porque ajudou a aumentar os gastos dos consumidores, portanto o efeito líquido provavelmente ainda foi positivo para a economia em termos de emprego."

Kaplan também disse que não concordava com seu colega, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, o qual afirmou no fim de semana achar que a economia norte-americana deveria voltar a fechar algumas partes por um período de quatro a seis semanas para inibir a disseminação da Covid-19.

Em vez disso, disse Kaplan, o uso universal de máscaras poderia conter substancialmente a transmissão do vírus sem uma interrrupção generalizada. "Acho que teremos de aprender a conviver com esse vírus. Vamos ter de aprender a se reinventar em nossas atividades diárias, mas ainda controlar o vírus", disse ele. "O uso generalizado de máscaras é essencial para isso."

Bullard também enfatizou o uso de máscaras como ferramenta significativa para controle de riscos, especialmente porque ele não espera que as autoridades de saúde possam reduzir a zero as transmissões da doença uma vez que a doença é tão contagiosa. Ele também alertou para depositar muita ênfase no desenvolvimento de uma vacina bem-sucedida.

"Se você colocar muita ênfase na ideia de que uma vacina virá nos salvar e de que alguém vai decifrar um problema científico muito difícil... então você faz as pessoas não fazerem nada e ficarem esperando a vacina", afirmou Bullard em apresentação durante evento online organizado pela filial do Fed em Memphis, Tennessee.

Bullard também afirmou esperar que o crescimento econômico seja retomado neste terceiro trimestre, mas que, após um início de recuperação melhor que o esperado nos meses de maio e junho, o fôlego diminuiu em julho com o ressurgimento de infecções em muitas áreas do país.

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