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Economia dos EUA deve escapar 'por pouco' da recessão, diz FMI

Diretora do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, diz que controlar a inflação deve ser prioridade

24 jun 2022 - 20h10
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Autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) acreditam que a economia dos Estados Unidos deve escapar "por pouco" de uma recessão em 2022 e 2023, em um momento que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem elevado a taxa básica de juros para combater a maior inflação no país em 40 anos.

A disparada dos preços no país é uma preocupação para o órgão, que indica que os Estados Unidos devem passar por uma desaceleração da economia nos próximos dois anos. A previsão é de que o PIB americano cresça 2,9% em 2022. Em abril, a previsão era de 3,7%. Já para 2023, o crescimento deve ser de 1,7%, e não mais de 2,3%. Para 2024, o FMI indica que o aumento deverá ser de 0,8%.

Segundo a diretora-geral do Fundo, Kristalina Georgieva, a prioridade deve ser a rápida desaceleração dos preços e dos aumentos dos salários, mas sem já precipitar uma possível recessão. "Estamos vendo uma economia forte que também vem contribuindo com a economia mundial. Entretanto, essa rápida recuperação também tem efeitos negativos, como a inflação", afirmou em conversa com jornalistas.

Georgieva também indicou preocupação em relação a fatores externos, tais como a guerra da Ucrânia e os lockdowns da China - consequência do aumento de casos de covid-19. "Retornar à estabilidade de preços exigirá uma retirada assertiva e rápida da acomodação monetária (...) "Em um tempo de alta inflação, qualquer etapa que pode ser feita para manter a inflação baixa, mesmo um que possa ser arriscado, é um passo positivo", afirmou.

Outras medidas

Em relatório sobre a economia americana divulgado nesta sexta-feira, 24, o FMI também destacou que os investimentos em infraestrutura são uma forma de driblar as restrições do lado da oferta. Entretanto, a "incapacidade de aprovar o restante da agenda de reformas do governo representa uma oportunidade perdida de energizar o lado da oferta da economia dos EUA".

O FMI ainda apoiou "fortemente" o projeto "Build Back Better", proposto pelo presidente estadunidense Joe Biden de investimentos para R$ 1,9 trilhão em infraestrutura, um projeto parecido com o realizado pelo país em 1930 após a Crise de 1929.

Georgieva falou ainda sobre os valores dos combustíveis, que vêm aumentando não só nos EUA, mas em todo o mundo, incluindo no Brasil. Segundo ela, a alta dos preços diminui a perspectiva do crescimento econômico.

Dessa forma, o documento sugere uma série de políticas, como subsídios, aumento da cobertura da assistência médica gratuita, estratégias para a redução do déficit do saldo do governo, entre outras sugestões.

O relatório, chamado de "Article IV Consultation", é formado a partir de uma visita de um time de economistas a um país para discutir sobre as políticas monetárias e sugerir estratégias para a economia.

Estadão
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