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É necessário 'muito mais' trabalho para ajudar países a reduzir dívida, diz FMI

25 jan 2022 - 12h44
(atualizado às 16h08)
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Os países do Grupo dos 20 precisam intensificar seus esforços para ajudar as nações de baixa renda a lidar com altos níveis de dívida, disse a autoridade número dois do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira.

A primeira vice-diretora-gerente, Gita Gopinath, disse a repórteres que 60% dos países de baixa renda estavam em alto risco de excesso de endividamento e consideravam cada vez mais difícil pagar suas dívidas, e que o Arcabouço Comum do G20 precisava ser reformulado para entregar acordos de reestruturação da dívida mais rapidamente.

"Houve algum progresso, mas é preciso muito mais para realmente cumprir sua promessa" de ajudar os países com níveis de dívida insustentáveis, disse ela.

Gopinath afirmou que vários países de baixa renda já estão gastando quase 3% de sua produção econômica total para pagar o serviço da dívida.

"E à medida que as taxas de juros sobem, isso (o serviço da dívida) vai aumentar ainda mais. Então acho que este é realmente um período em que é preciso ter muito cuidado com o que está acontecendo em termos de capacidade de serviço da dívida dos países."

A suspensão do serviço da dívida pelo G20 sobre a dívida bilateral oficial expirou no fim de 2021, mas o progresso tem sido lento na implementação de uma estrutura mais ampla de reestruturação da dívida do G20 para os países pobres, com credores chineses e do setor privado mostrando relutância em participar plenamente.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, alertou na semana passada sobre um risco crescente de inadimplência para os países em desenvolvimento. Ele observou que as nações mais pobres enfrentam 35 bilhões de dólares em pagamentos de dívidas a credores oficiais e privados, dos quais 40% são devidos à China.

Gopinath também disse que o FMI está mudando do financiamento de emergência fornecido aos países membros em 2020 e 2021 --que visou ajudá-los a lidar com a crise econômica e de saúde-- para programas de financiamento tradicionais e de longo prazo.

"Estaremos fazendo cada vez mais os programas mais tradicionais de empréstimos de tipo de crédito superior, que teriam as condicionalidades que ajudam os países a resolver problemas difíceis --o tipo de desequilíbrio que eles precisam resolver para poderem ter crescimento sustentável e acesso ao mercado", disse Gopinath.

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