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Rodrigo Maia se emociona em discurso sobre reforma da Previdência e é aplaudido por deputados

Durante 30 anos tiraram papel do Congresso, diz presidente da Câmara em discurso

10 jul 2019 - 21h44
(atualizado em 11/7/2019 às 15h35)
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BRASÍLIA - Em um discurso acalorado momentos antes da divulgação do resultado da votação em primeiro turno da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a proposta é uma etapa importante para se melhorar a qualidade dos gastos públicos. Ele também ressaltou a recuperação do protagonismo da Casa ao longo do processo de discussão do texto e, se dirigindo nominalmente ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que a relação entre o Executivo e o Legislativo deverá ser construída daqui para frente com mais diálogo.

"Já vi sessões aqui mais difíceis, mas a boa relação de confiança que construímos nos permitiu chegar aqui agora. [...] Essa relação de confiança é o que faz o Parlamento ter hoje esse protagonismo", disse. "Sem nenhum interesse de entrar em nenhuma prerrogativa do presidente da República, mas durante 30 anos tiraram o nosso protagonismo. Queremos recuperar a importância da Câmara. O Congresso é a síntese do nosso país", completou.

Maia também saiu em defesa dos parlamentares dos partidos do chamado Centrão e disse que, mesmo desrespeitados na imprensa em algumas vezes, são os responsáveis pelo sucesso da tramitação da reforma. "Muitas vezes nossos líderes são desrespeitados na imprensa, criticados de formas equivocadas, mas são eles que estão aqui aprovando a reforma. O Centrão, essa coisa que ninguém sabe o que é, mas que é do mal, esses líderes é que estão fazendo a reforma da Previdência", disse. Maia foi aplaudido por seus colegas e chegou a ficar emocionado em alguns momentos.

Maia classificou a votação como um momento histórico para quem defende e para quem também não defende a aprovação da reforma. "A cada discurso que eu ouço, eu tenho cada vez mais convicção de que a posição de reformar o Estado brasileiro é a posição correta. Nosso sistema comete um dos maiores erros que se pode cometer porque é deficitário", afirmou. O deputado afirmou também que a reforma combate os privilégios e corrige as distorções que levaram o sistema previdenciário a ser deficitário.

Ele disse ainda que o texto não é perfeito e não agrada a todos, mas é o que a Câmara tinha condições de fazer. "O meu texto não teria a regra de transição nem para servidores públicos e nem para o regime geral", citou como exemplo. Maia minimizou as reclamações em torno do texto final e disse que cada categoria vai se sentir injustiçada. "Mas eu não acho que é privilegiando as aposentadorias que nós vamos ter uma melhora na qualidade da educação", disse.

Maia também citou como próximos passos a discussão da reforma tributária e de outros projetos que possam melhorar o ambiente econômico e retomar a confiança de investidores. Ele disse esperar ainda que o governo encaminhe um plano de reforma da administração pública, com um plano de cargos e salários. "Os salários no setor público são 67% maiores que no setor privado. É isso que precisamos enfrentar, um serviço público de qualidade", disse.

Estadão
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