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Dólar volta a subir e encosta em R$ 3,65 com cena doméstica

24 mai 2018 - 17h05
(atualizado às 18h16)
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Notas de dólar
13/02/2018
REUTERS/Jose Luis Gonzalez/Illustration
Notas de dólar 13/02/2018 REUTERS/Jose Luis Gonzalez/Illustration
Foto: Reuters

Após três quedas consecutivas, o dólar voltou a terminar em alta e perto do patamar de R4 3,65 nesta quinta-feira, influenciado pela cena doméstica com a greve dos caminhoneiros prejudicando o abastecimento do país, e com a cena externa voltando a ficar mais tensa.

O dólar avançou 0,64%, a R$ 3,6483 na venda, depois de recuar 3,06% nas últimas três sessões. Na máxima do pregão, chegou a R$ 3,6571.

O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,50%.

"Até que se saiba o impacto da paralisação (dos caminhoneiros) na economia e nas contas públicas, o mercado fica mais cauteloso", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multimoney, Durval Correa.

A paralisação dos caminhoneiros entrou no quarto dia, com bloqueios em estradas de todo país que provocaram desabastecimento de produtos e interrupção de produção de alguns setores, apesar de a Petrobras ter anunciado na véspera redução de 10% dos preços do diesel nas refinarias por 15 dias.

"Há preocupação sobre mudança de rumo da Petrobras, se houve interferência do governo. O mercado não gosta dessa ingerência", acrescentou Correa.

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), no entanto, afirmou que os protestos contra a alta do diesel e a carga tributária do combustível continuarão até que a isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o produto, aprovada na véspera pela Câmara dos Deputados, seja publicada no Diário Oficial.

O presidente da entidade, José da Fonseca Lopes, esteve na Casa Civil nesta tarde, mas deixou o encontro antes de seu término. Ele argumentou que a entidade vai manter a paralisação até que o Senado aprove a redução da carga tributária sobre o diesel. Outras entidades de transporte participantes no encontro, no entanto, resolveram aceitar o pedido de "voto de confiança" do governo e vão suspender a paralisação.

"O governo ainda deve cumprir a meta de déficit primário neste ano, mas isso pode criar uma sinalização ruim, sugerindo que o governo é vulnerável a diferentes grupos de interesses, o que pode criar ainda mais responsabilidades fiscais neste ano", comentou o economista de um banco nacional.

A ação mais pesada do Banco Central no mercado de câmbio ajudava a conter o movimento de alta do dólar frente ao real. Nesta manhã, o BC já vendeu o volume integral de até 15 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando US$ 4,25 bilhões desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de US$ 5,650 bilhões. Com isso, já rolou US$ 5,016 bilhões. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas, voltando a operar abaixo de 94 pontos, mas subia ante a maioria das divisas de emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Havia um pouco mais de cautela com o cenário geopolítico após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter cancelado encontro com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, marcado para 12 de junho.

O dólar disparava ante a lira turca, uma vez que o aumento de juros pelo banco central do país, que aliviou a pressão na véspera, tinha sua eficácia sendo colocada em dúvida. Os investidores estavam preocupados se o aumento dos juros a 16,5% foi suficiente para acalmar os ânimos.

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Protestos de caminhoneiros gera transtornos pelo País:
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