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Dólar tem leve alta ante o real de olho no exterior, apesar de ação do BC

28 mar 2018 - 12h03
(atualizado em 27/4/2018 às 11h10)
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O dólar registrava leve alta ante o real nesta quarta-feira, com o exterior ofuscando uma tentativa de correção em meio às expectativas sobre eventual guerra comercial global.

Notas de reais e dólares em uma casa de câmbio no Rio de Janeiro 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de reais e dólares em uma casa de câmbio no Rio de Janeiro 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O movimento vinha mesmo após o Banco Central anunciar nova intervenção no mercado, com leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, conhecido como leilão de linha.

Às 12:00, o dólar avançava 0,17 por cento, a 3,3370 reais na venda, depois de subir 0,84 por cento na véspera, para 3,3314 reais, maior patamar deste ano. O dólar futuro tinha ganho de 0,36 por cento.

"A volatilidade segue alimentando a busca por segurança no mercado... O leilão de linha do BC ajudou pontualmente na abertura, mas seguimos reféns do exterior, com Estados Unidos comandando o show", afirmou o operador da H.Commcor Corretora, Cleber Alessie Machado.

Na véspera, o BC anunciou para quinta-feira leilão de linha no total de até 2 bilhões de dólares para rolar parte dos 3,5 bilhões de dólares que vencem em 3 de abril.

"Enquanto alguns podem achar na rolagem parcial um motivo para alta do dólar, lembremos que o BC não rolou nada do 1,5 bilhão de dólares que venceu no início deste mês", acrescentou Machado.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de até 12,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, e concluiu a rolagem do vencimento de abril, de 9,029 bilhões de dólares.

Em maio, vencem apenas 2,565 bilhões de dólares em contratos de swap cambial, segundo dados do site da autoridade monetária. O estoque total do BC soma 23,797 bilhões de dólares em swap.

No exterior, o jornal estatal chinês Global Times noticiou que a China anunciará em breve uma lista de tarifas retaliatórias sobre exportações dos Estados Unidos para o país.

Além disso, notícias de que o presidente norte-americano, Donald Trump, e a chanceler alemã, Angela Merkel, discutiram "unir forças para combater" as práticas econômicas da China e o suposto roubo de propriedade intelectual aumentaram os temores de que as tensões comerciais possam ganhar corpo.

O dólar operava em alta ante a cesta de moedas, também com suporte da revisão em alta do PIB dos EUA no quarto trimestre para 2,9 por cento, ante previsão de elevação de 2,7 por cento. A estimativa anterior havia sido de 2,5 por cento.

Uma economia mais robusta nos Estados Unidos pode levar o mercado a começar a prever alta adicional de juros além das outras duas previstas para este ano pelo Federal Reserve, banco central do país. Com isso, recursos aplicados em outras praças, como a brasileira, podem se dirigir ao mercado norte-americano.

Esse movimento pode encontrar respaldo no diferencial de juros, em meio à redução da Selic brasileira, atualmente na mínima histórica de 6,50 por cento ao ano e com apostas de que continuará recuando.

Ante divisas de emergentes, o dólar operava misto, com baixa ante o peso mexicano e alta ante a lira turca e o rand sul-africano.

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