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Dólar tem alta generalizada com políticas de bancos centrais no foco

21 mar 2019 - 19h29
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O dólar apresentou alta generalizada nesta quinta-feira, 21, à medida que os investidores se mantiveram atentos à política de diversos bancos centrais após a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quarta, que levantou a percepção de que autoridades monetárias como a europeia e a japonesa poderiam precisar deixar suas políticas ainda mais frouxas em um cenário de intensa desaceleração da economia mundial.

Nesse cenário, o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, recuperou o nível dos 96 pontos ao fechar em alta de 0,77%, para 96,495 pontos. Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar subia para 110,81 ienes; o euro recuava para US$ 1,1365 e a libra cedia para US$ 1,3098.

Um dia após perder os 96 pontos, o DXY voltou a visitar a marca. O movimento da moeda americana, inclusive, se deu mesmo após o Fed sinalizar que não mais elevará os juros nos Estados Unidos este ano e deixar para setembro o fim do processo de enxugamento de seu portfólio de ativos. Economistas, contudo, alertaram para o cenário ainda mais desafiador enfrentado por outros grandes bancos centrais.

"As projeções do Fed só se mostraram alinhadas com o tom da política espalhado desde janeiro. O foco do mercado provavelmente se moverá, agora, para saber como outros bancos centrais responderão a uma desaceleração do ambiente de crescimento. Assim como o Fed, a maioria deles sinalizou que deve ficar parada por algum tempo. Como os rendimentos dos títulos americanos ainda são confortavelmente os mais altos dentro do G-10, o dólar parece bem posicionado para capitalizar sobre a provável falta de ação da política monetária entre as economias avançadas", apontaram, em nota a clientes, os estrategistas de câmbio do HSBC.

Na avaliação do economista-chefe para EUA do banco canadense RBC Capital Markets, Tom Porcelli, a nova perspectiva, menos otimista, do Fed não indica que tenha informações que outras instituições financeiras não tenham. "Na maioria dos casos, o Fed tende a não ter nenhuma informação privilegiada que o resto de nós não tenha. Qualquer vantagem que eles têm é a velocidade em algumas questões. Estamos desconsiderando a ideia de que eles sabem algo ruim sobre a economia. O Fed não é melhor em prever cenários do que o consenso dos economistas e também vale ressaltar que, nos últimos anos, eles tenderam a subestimar o crescimento."

Estadão
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