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Dólar sobe e vai a R$ 3,71 de olho em impactos de greve

28 mai 2018 - 10h59
(atualizado às 11h11)
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Notas de dólar dos Estados Unidos
26/03/2015
REUTERS/Gary Cameron
Notas de dólar dos Estados Unidos 26/03/2015 REUTERS/Gary Cameron
Foto: Reuters

O dólar operava em alta firme e na casa de R$ 3,71 nesta segunda-feira, em dia de liquidez reduzida com o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos e com os investidores cautelosos diante dos possíveis impactos na atividade econômica e nas contas públicas da greve dos caminhoneiros.

A possibilidade de os petroleiros também entrarem em greve a partir de terça-feira também contribuía para maior cautela no mercado local nesta sessão.

Às 10:56, o dólar avançava 1,09%, a R$ 3,7082 na venda, depois de recuar 1,91% na semana passada. Na máxima, a moeda já foi a R$ 3,7177. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,50%.

"O mercado está focado no problema fiscal, com o impacto que as medidas vão ter nas contas públicas", explicou o diretor de câmbio da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo. "Outras paralisações podem elevar o rombo."

O presidente Michel Temer anunciou na noite de domingo redução do preço do diesel em 46 centavos de reais por litro por 60 dias, em atendimento às reivindicações dos caminhoneiros. Mesmo assim, eles mantinham nesta manhã a paralisação que tem provocado desabastecimento em todo o país.

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, informou nesta segunda-feira que a redução do preço do diesel terá custo total de R$ 9,5 bilhões aos cofres públicos, que será coberto por uma sobra de R$ 5,7 bilhões que o governo tem em relação à meta de déficit primário, além de corte de despesas de R$ 3,8 bilhões.

"A greve gera um problema e a solução gera outro problema", complementou o executivo da FB, ao reforçar que "outros setores podem se aproveitar da fragilidade política do governo para reivindicarem o que querem. Daí teremos um grande problema."

Além do impasse que impede o país de voltar à normalidade, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) decidiu convocar uma greve da categoria para começar na terça-feira contra a política de preços da Petrobras, acompanhando a decisão da Federação Única dos Petroleiros (FUP) de convocar greve de 72 horas a partir de quarta-feira.

No exterior, o dólar operava em alta ante a cesta de moedas em meio a preocupações com a situação da Itália, que pesavam sobre o euro, mas operava misto ante as moedas emergentes, em queda ante o rand e elevação ante o peso mexicano.

O feriado do Memorial Day fechava os mercados nos Estados Unidos e afetava a liquidez global.

"Eu não levaria muito a sério as cotações desta semana para enxergar uma tendência, porque os feriados vão deixá-la bem distorcida", concluiu Bergallo ao citar ainda o feriado de Corpus Christi no Brasil na quinta-feira.

O BC já vendeu integralmente a oferta de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando US$ 5,75 bilhões desde a semana retrasada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

O BC realiza ainda nesta sessão leilão de até 4.225 swaps cambiais tradicionais para rolagem do vencimento de junho. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

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