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Dólar sobe com exterior, eleições e quadro fiscal no radar

Provável aumento de salários no Judiciário é um dos sinais negativos

9 ago 2018 - 10h05
(atualizado às 11h09)
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O dólar opera em alta no mercado doméstico nesta quinta-feira, 9, em linha com a valorização predominante no exterior em relação a moedas principais e de países emergentes e ligadas a commodities. Os investidores operam na defensiva antes do dado de inflação ao produtor nos Estados Unidos e do primeiro debate entre os presidenciáveis na TV Bandeirantes, a partir das 22 horas. As próximas pesquisas eleitorais estão no radar.

Na quarta-feira, o dólar à vista fechou aos R$ 3,7642 (-0,07%), mas o dólar futuro de setembro subiu 0,50%, para R$ 3,7815, em meio a rumores de "forte crescimento do PT", que levaram a bolsa a cair 1,49%.

Dólar teve valorização no mundo todo
Dólar teve valorização no mundo todo
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Às 9h17, o dólar à vista subia 0,60%, a R$ 3,7868. O dólar futuro de setembro estava em alta de 0,37%, a R$ 3,7955.

A crise fiscal do governo brasileiro parece não ter limite e afeta o sentimento dos investidores. Na quarta, por 7 a 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) incluiu um reajuste de 16,38% no salário dos próprios ministros na proposta orçamentária a ser encaminhada ao Ministério do Planejamento. Considerado o teto do funcionalismo público, a remuneração atual dos ministros do STF é de R$ 33.763,00 e pode subir para R$ 39.293,32.

Em reação, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que esse reajuste proposto pelo STF nos próprios salários é incompatível com o quadro fiscal dos governos estaduais.

A equipe econômica vê a proposta como um sinal bastante negativo em meio ao esforço de ajuste fiscal, segundo apurou o Broadcast. A avaliação é que o timing do aumento atrapalha inclusive a argumentação do governo a favor do adiamento do reajuste dos servidores da União de 2019 para 2020, medida essencial para equilibrar o projeto de lei orçamentária para o ano que vem. Um aumento no teto do funcionalismo federal gera um efeito em cascata nos Estados, uma vez que os limites de remuneração são vinculados pela Constituição.

No fim da manhã, o Banco Central ofertará 4.800 contratos de swap cambial, o que equivale a US$ 240,0 milhões, para rolagem de vencimento de agosto.

No exterior, as moedas respondem a problemas regionais. No Reino Unido, a libra opera perto da estabilidade, após ter subido ante o dólar em meio a rumores de que a União Europeia (UE) pode oferecer uma grande concessão à primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, em relação ao Brexit. Durante a madrugada, porém, a moeda britânica atingiu seu patamar mais baixo em cerca de um ano em relação ao dólar.

Na Rússia, o rublo segue em baixa, após ter atingido mais cedo uma mínima em dois anos em relação ao dólar, ainda reagindo à notícia de quarta-feira de que os Estados Unidos imporão novas sanções à Rússia pelo uso de uma arma biológica contra um ex-espião na Inglaterra. Na máxima desta quinta, o dólar avançava a 66,735 rublos, mas o Danske Bank aponta que ele poderia chegar a 72 rublos, caso as sanções sejam confirmadas como leis e a Rússia faça retaliações.

Já a lira turca caía cerca de 1,90% ante o dólar, pressionada pela alta inflação e pela falta de um aperto monetário no país. Além disso, o BC da Turquia anunciou medida para elevar a liquidez para os bancos em cerca de US$ 2,2 bilhões, porém o alívio trazido pela decisão foi temporário. A consultoria Continuum Markets avalia que a moeda turca deve continuar a mostrar fragilidade no curto prazo, pelo risco de mais sanções dos EUA contra o país e pela falta de ação do BC local.

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