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Dólar sobe com cautela por temor de recessão global e com risco fiscal no radar

6 jul 2022 - 10h05
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O dólar segue em alta no mercado local na manhã desta quarta-feira, 6, acompanhando a valorização externa ante pares principais e divisas emergentes e ligadas a commodities diante dos temores persistentes de recessão nos EUA e global. O mesmo catalisador põe os retornos dos Treasuries em baixa, o que traz algum alívio à curva de juros, principalmente médio e longo, uma vez que o dólar forte, a alta do petróleo e cautela fiscal interna atuam como contraponto, contendo a descida da curva de taxas.

Aqui, o risco fiscal segue sendo monitorado. A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios, também chamada de Kamikaze, em comissão especial da Câmara foi adiada na madrugada desta quarta-feira, após um pedido de vistas da oposição. Dessa forma, o texto só poderá ser votado na comissão a partir de amanhã, de acordo com o Regimento Interno da Câmara. Forte manteve o texto aprovado no Senado, que prevê custo de R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior, após o Palácio do Planalto entrar em campo para impedir qualquer mudança na PEC.

No exterior, além do dólar estar renovando máximas em 20 anos ante o euro nesta manhã, a libra acentua perdas em meio à crise política no Reino Unido. A partir das 11h, o primeiro-ministro Boris Johnson será questionado em um comitê da Câmara dos Comuns do Parlamento britânico.

Em Nova York, o juro da T-Note de 10 anos atingiu mínima do dia, a 2,759%, de 2,823% no fim da tarde de ontem, com investidores antevendo recessão à frente nos EUA. A curva de juro segue invertida, com o retorno da T-Note de dois anos em 2,791% mais cedo, pouco acima da T-Note 10 anos.

Os investidores ajustam posições à espera da ata do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) às 15h, dos PMIs americanos nesta manhã bem como a participação do presidente do Fed de Nova York, John Williams (vota) em evento (10h), para avaliar o ritmo da atividade e recalibrar suas expectativas sobre o aperto de juros pelo Fed em suas próximas reuniões.

Às 9h35 desta quarta, o dólar à vista subia 0,39%, a R$ 5,4105. O dólar para agosto ganhava 0,35%, a R$ 5,4465.

Estadão
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