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Dólar acelera alta ante real com cautela por cena política local e exterior

21 fev 2019 - 10h42
(atualizado às 12h24)
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O dólar acelerou a alta ante o real e subia cerca de 1 por cento nesta quinta-feira, com cautela ligada à cena política local, de olho na tramitação da reforma da Previdência no Congresso, e ao exterior.

Notas de dólar
12/02/2018
REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Notas de dólar 12/02/2018 REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Foto: Reuters

Às 12:21, o dólar avançava 1,10 por cento, a 3,7689 reais na venda, após avançar 0,33 por cento, a 3,7280 reais na venda na véspera.

O dólar futuro subia 1,15 por cento.

Após pregão volátil em que se conheceu detalhes sobre a proposta de reforma da Previdência, entregue pessoalmente ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro, o mercado agora retoma o compasso de espera, aguardando o início da tramitação da matéria.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na quarta-feira que tentará instalar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a proposta começará a tramitar, já na próxima terça-feira.

"Uma coisa é ter sido entregue, agora vamos para o segundo passo, que é conseguir votos, um processo mais demorado... o governo só vai querer votar quando tiver certeza que tem os votos necessários", afirmou o gerente de câmbio da Tullett Prebon, Italo Abucater.

A proposta chega ao Congresso em momento de cautela com o cenário político, especialmente no que diz respeito à capacidade de articulação política pelo governo, o que levanta questões sobre quanto do texto original proposto conseguirá ser mantido.

"Se a proposta for aprovada sem estar muito desidratada, isso vai agradar o mercado financeiro de maneira geral. Mas vai precisar de habilidade da articulação política do Planalto", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Na véspera, até mesmo parlamentares mais identificados com o governo fizeram críticas públicas à proposta, citando, por exemplo, a decisão de não incluir mudanças nas aposentadorias dos militares.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na quarta-feira que ficará surpreso se parlamentares fizerem grandes alterações ao texto de reforma da Previdência proposto pelo governo.

No exterior, o dólar avançava contra moedas emergentes, impulsionado por uma certa aversão ao risco após dados econômicos fracos na zona do euro e nos Estados Unidos.

A produção industrial na zona do euro teve uma contração inesperada em fevereiro, puxada por um recuo na Alemanha, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

Nos EUA, as novas encomendas de bens de capital caíram inesperadamente em dezembro, em meio à queda da demanda por maquinário e metais primários, indicando mais desaceleração nos gastos empresariais em equipamentos, o que pode afetar o crescimento econômico.

O BC vendeu 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim rolou 7,747 bilhões de dólares dos 9,811 bilhões que vencem em março.

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