PUBLICIDADE

Dólar sobe ante maioria das divisas de olho em Fed e comércio EUA-China

24 set 2018 - 18h56
Compartilhar
Exibir comentários

O dólar operou em alta ante a maioria das moedas emergentes nesta segunda-feira, 24, no aguardo pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) e diante da volta do mau humor em relação às negociações comerciais entre os EUA e a China. Ante moedas fortes, porém, a moeda americana não definiu tendência única.

Como esperado, o Fed deverá subir a taxa de juros básicos na quarta-feira para a faixa entre 2,0% e 2,25% ao ano, uma vez que a economia americana tem dado sinais de robustez.

A principal mensagem do Fed para justificar a alta de juros deverá ser a evolução bem favorável do nível de atividade nos EUA, com um balanço de riscos de inflação equilibrado e, devido ao fato de o país estar muito próximo do pleno emprego. O mercado segue na expectativa também porque será a primeira vez que o banco central apresentará suas estimativas para 2021.

"Geralmente vemos essa breve janela antes de uma reunião de política monetária do Fed quando os fundos de hedge compram dólar, e as manchetes da guerra comercial também agravam essa tendência", disse Viraj Patel, estrategista de câmbio do ING.

Além do Fed, o mercado operou atrelado às questões comerciais. No sábado, o Wall Street Journal atribuiu a fontes anônimas a informação de que foram canceladas as idas do vice-ministro de Comércio chinês, Wang Shouwen, e, em seguida, do vice-premiê do país asiático, Liu He, a Washington entre 27 e 28 de setembro para uma retomada das negociações comerciais com os EUA.

Contrariando a força do dólar ante a maioria das divisas emergentes, a lira turca subiu com força depois que o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse a repórteres que o pastor americano Andrew Brunson, detido na Turquia, poderia ser liberto neste mês. No final do dia, o dólar caía a 6,1356 liras, de 6,2919 liras na sexta-feira.

Já na Argentina, o dólar terminou o dia em alta ante o peso. Em meio a uma crise de confiança, o mercado não avaliou bem a fala do presidente Mauricio Macri, que, sem trazer novidades, apenas confirmou que as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) continuam e que um default está descartado. Já o jornal local La Nación informou que a negociação entre o governo de Macri e o FMI para ampliar o acordo firmado entre as duas partes deve gerar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões adicionais aos US$ 50 bilhões acordados em junho. Para segurar o ímpeto altista do dólar ante o peso, o Banco Central da República Argentina ofereceu US$ 250 milhões em um leilão, dos quais US$ 112 milhões foram tomados pelo mercado. O dólar chegou ao fim desta tarde cotado a 37,3050 pesos.

Entre as moedas fortes, o euro terminou dia em leve alta. A moeda chegou a subir com mais força depois que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que o núcleo da inflação está "relativamente vigoroso", mas acabou apagando parte dos ganhos depois que Draghi disse que ele temia um grande golpe na economia com as medidas protecionistas, apontou a consultoria Continuum em relatório.

Já a libra subiu, após o ministro do Reino Unido para a separação do país da União Europeia (o chamado Brexit), Dominic Raab, expressar confiança de que haverá um acordo nesse divórcio com o bloco, pedindo que não ocorram reações exageradas ante qualquer pequeno contratempo no diálogo.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade