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Dólar recua, reagindo ao Fed e com riscos de paralisação nos EUA

20 dez 2018 - 20h29
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O dólar recuou de forma generalizada nesta quinta-feira, 20, reagindo à postura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quarta-feira, quando reduziu a mediana das projeções de expansão da atividade nos Estados Unidos neste e no próximo ano, além de sinalizar menos altas de juros em 2019 do que na última reunião. Além disso, pesam sobre a moeda os riscos de uma paralisação do governo americano, ainda sem um acordo para os gastos com segurança fronteiriça.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 111,15 ienes, o euro avançava a US$ 1,1467 e a libra tinha alta para US$ 1,2672. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, caiu 0,78% e abriu mão novamente dos 97 mil pontos, a 96,276.

Além de indicar mais duas altas de juros em 2019 através de seu gráfico de pontos, o Fed reduziu as projeções de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano, de 3,1% para 3,0%, e em 2019, de 2,5% para 2,3%. Com isso, os dirigentes acabaram por ressaltar as preocupações já existentes entre analistas com uma desaceleração global, também em meio a indicadores mais fracos do que o esperado da economia americana. Nesta quinta, por exemplo, foi divulgado que o índice de atividade regional medido pela distrital de Filadélfia do Fed caiu ao menor nível desde agosto de 2016 em dezembro.

Além disso, a falta de acordo para o financiamento do governo americano elevou os temores de uma paralisação da máquina pública federal. "O presidente americano, Donald Trump, que parecia estar recuando das ameaças de desligamento no início da semana, agora está percebendo elementos em sua base que querem que ele insista no muro na fronteira", apontam analistas da Continuum Economics.

Na quarta, o Senado americano aprovou uma medida orçamentária que garantiria o funcionamento do governo até 8 de fevereiro, já que o financiamento da administração neste ano fiscal chega ao fim da madrugada deste sábado (horário de Brasília). O impasse entre situação e oposição, no entanto, resistiu na questão dos fundos para a construção de um muro na divisa entre os EUA e o México, para o qual Trump pede US$ 5 bilhões, e o presidente da Câmara dos Representantes americana, Paul Ryan (Wisconsin), afirmou que Trump não pretende sancionar o plano. Os democratas só aceitaram dar US$ 1 bilhão.

Segundo Ryan, as negociações em torno da questão serão retomadas. Mais tarde, na assinatura de uma lei, o presidente americano afirmou que "deixei clara minha posição de que o financiamento do governo deve incluir a segurança da fronteira".

Apesar do dano que causaram ao dólar e ao mercado acionário, os riscos de uma paralisação, para a Continuum Economics, não são significativos. "Desligamentos do governo podem causar oscilações notáveis no mercado a curto prazo. A longo prazo, as paralisações geralmente têm consequências muito pequenas para os mercados e para a economia", avaliam os especialistas.

Estadão
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