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Dólar recua no exterior com queda inesperada do índice de preços ao produtor

12 set 2018 - 19h09
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O dólar recuou ante outras moedas fortes nesta quarta-feira, 12, em meio à queda inesperada no índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da economia dos Estados Unidos e na expectativa pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país amanhã.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar subia para 111,27 ienes, o euro subia para US$ 1,1626 e a libra avançava a US$ 1,3049. Já o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, fechou em queda de 0,47%, aos 94,799 pontos.

A queda inesperada no PPI americano foi um dos responsáveis pelo acentuação nas perdas do dólar durante a manhã. O indicador caiu 0,1% em agosto ante julho, após ajustes sazonais, contrariando a previsão de alta de 0,2% de analistas, marcando a primeira deflação mensal no atacado desde fevereiro de 2017. Excluindo-se itens voláteis, como alimentos e energia, também houve recuo de 0,1% na comparação mensal, ante a mesma projeção de alta de 0,2%. Na comparação anual, o PPI subiu 2,8% em agosto. Sem considerar alimentos e energia, o núcleo do índice teve alta de 2,3%.

Antes disso, a moeda já recuava ante o euro, que se fortaleceu após o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmar em discurso ao Parlamento Europeu que deve haver um trabalho das autoridades do bloco por um maior uso da moeda comum. Ele comentou que a União Europeia (UE) paga contas do setor de energia em dólares, porém apenas uma pequena parcela desse custo, de 2%, vem dos EUA. "O papel global do euro precisa ser fortalecido", defendeu.

Após informações que os EUA teriam proposto à China uma nova tratativa comercial, segundo informaram fontes à agência Dow Jones Newswires, o dólar recuperou parte das perdas, mas sem sustentação. Durante a tarde, a divulgação do Livro Bege, do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), voltou a reduzir perdas da moeda americana. O documento mostrou que a economia se expandiu a "um ritmo moderado" até o fim de agosto no país, mas que as tarifas já contribuem para encarecer insumos, especialmente para a indústria, e que o mercado de trabalho está apertado, com alegações de falta de mão de obra. Investidores aguardam ainda a divulgação do CPI, nesta quinta-feira.

Entre os emergentes, a rupia indiana renovou mínimas históricas em relação ao dólar diante do ceticismo do mercado sobre a capacidade dos formuladores da política local de conter o movimento no câmbio e de dúvidas dos investidores sobre o déficit em conta corrente da Índia. Logo em seguida, no entanto, a moeda local inverteu o movimento e fechou o dia em alta ante a moeda americana.

O peso argentino também marcou alta ante o dólar, mas fechou em queda. Investidores estão ainda atentos a possíveis desdobramentos das negociações entre o governo da Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) por uma reformulação do pacote de resgate e em meio ao fortalecimento quase generalizado da moeda americana nos últimos dois meses. Ontem, o Banco Central da República da Argentina (BCRA) decidiu manter a taxa básica de juros em 60% e se comprometeu a não reduzi-la "ao menos até o mês de dezembro".

Estadão
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