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Dólar recua em meio ata do BCE e apetite por risco no exterior

7 jul 2022 - 10h13
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Um apetite por ativos de risco no exterior traz alívio ao dólar em meio a quedas da moeda americana ante pares principais e divisas emergentes e ligadas a commodities nesta manhã de quinta-feira. A alta do petróleo favorece um dólar mais fraco.

Os investidores ajustam posições enquanto digerem a ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu. Na ata, o BCE indica mais altas de juros adiante e alerta que se o processo de normalização monetária for muito lento, as pressões de demanda podem se ampliar. "É fundamental que o BCE mantenha sua credibilidade, mostrando sua determinação", afirma o documento, no qual os dirigentes consideram ainda a estagflação como um "resultado improvável".

Na tarde desta quarta-feira, 6, o Federal Reserve também divulgou sua ata da última reunião, que elevou juros em 75 pontos-base, à faixa atual entre 1,50% e 1,75%. Na ata, dirigentes do BC americano veem alta da taxa básica em 50 pontos ou 75 pontos como "apropriada" no encontro deste mês.

Depois de o presidente do Fed, Jerome Powell, admitir que o controle da inflação envolverá "alguma dor", sobreveio na ata a avaliação de que o aperto monetário pode reduzir o crescimento da atividade "por um tempo". O staff do Fed cortou as projeções de crescimento para 2022 e 2023. A previsão é que a conversão do índice de preços de gastos com consumo (PCE) para a meta de 2% ocorra apenas em 2024.

"As fortes e recentes quedas das commodities reduzem o temor da continuidade da inflação e de uma política monetária fortemente apertada nos EUA", avalia a equipe da LCA Consultores.

Os investidores monitoram ainda a crise política no Reino Unido. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pretende seguir no cargo até outubro, antes de renunciar oficialmente, segundo informado por múltiplos veículos da imprensa britânica. O premiê, no entanto, tem sido pressionado por aliados e opositores a deixar Downing Street imediatamente. As implicações econômicas da esperada renúncia dependerão de seu sucessor, mas é provável que qualquer um que lidere o próximo governo britânico opte pelo relaxamento da política fiscal, avalia a Capital Economics.

Aqui, o foco é na tramitação da PEC dos Benefícios (ou Kamikaze) na Câmara. Votação em comissão especial da Casa está prevista para hoje e o plano do presidente da Câmara, Arthur Lira, é votar a PEC em plenário ainda nesta quinta-feira. Porém, a Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas ingressou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 6, para suspender a tramitação da PEC. Entre outros benefícios, a PEC inclui a criação de um voucher de R$ 1 mil mensais para a categoria.

Os investidores analisam ainda o IGP-DI de junho, com alta de 0,62%, desacelerando ante a taxa de 0,69% de maio, e ligeiramente acima da mediana das estimativas, de 0,60%. As altas nos preços do óleo diesel (8,77%), leite industrializado (16,30%), leite in natura (3,55%), café em grão (3,26%) e gasolina automotiva (2,24%) puxaram o ranking de pressões na inflação no atacado medida pelo IGP-DI de junho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). No entanto, o recuo de grandes commodities, como minério e milho, desacelerou o ritmo de alta dos preços ao produtor no mês.

E, após a greve de servidores que durou quase três meses, o Banco Central (BC) divulga o IBC-Br de março e de abril hoje, mas só às 16h30, quando a sessão regular já terá se encerrado. A mediana das previsões é de expansão de 0,10% em abril, na margem.

Às 9h38 desta quinta-feira, o dólar à vista caía 0,31%, a R$ 5,4051. O dólar para agosto recuava 0,39%, a R$ 5,4415.

Estadão
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