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Dólar recua em geral com depoimento de Powell e ata do Fed

10 jul 2019 - 18h56
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O dólar recuou em relação a outras moedas principais nesta quarta-feira, 10, em meio a expectativas de acomodação monetária nos Estados Unidos após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, demonstrar uma postura "dovish" sobre a política monetária americana, durante depoimento ao Congresso. A divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed, com considerações dos dirigentes da entidade, também colaborou para pressionar a moeda americana.

O índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de outras seis moedas fortes, fechou em queda de 0,39%, em 97,120 pontos. Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar caía a 108,44 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,1255 e a libra subia a US$ 1,2506.

As declarações dadas por Powell na Câmara dos Representantes dos EUA sustentaram no mercado as apostas em um possível corte da taxa de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), com o CME Group mostrando inclusive aumento nas apostas de um corte de 50 pontos-base já neste mês, embora a maioria delas continue a ser de uma redução de 25 pontos-base. O presidente do Fed reconheceu o aumento de incertezas e riscos ao crescimento econômico americano nas últimas semanas, o que foi interpretado por investidores como uma disposição ao relaxamento monetário para sustentar a expansão da economia.

Além disso, Powell afirmou que os fortes dados de emprego nos EUA divulgados na última semana não são suficientes para alterar a perspectiva do Fed para a economia americana. O dirigente reiterou, ainda, sua determinação a permanecer no comando do banco central e cumprir seu mandato de quatro anos, mesmo que haja eventual pressão do presidente Donald Trump por sua renúncia ao cargo.

Outro acontecimento que pesou sobre o dólar, embora com menor força, foi a publicação da ata da reunião de junho do FOMC, na qual os dirigentes do Fed concordaram sobre a necessidade de maior acomodação monetária no caso de prolongamento dos riscos do cenário global à economia dos EUA. Os economistas destacaram a perspectiva de desaceleração econômica mundial e o desempenho fraco da inflação doméstica como fatores que justificariam uma postura mais "dovish".

Entre outras moedas em foco, a libra foi ligeiramente impulsionada após o registro de crescimento de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido em maio, puxado principalmente pela produção automobilística no país. Ainda assim, a previsão para a economia britânica no segundo trimestre é de avanço menor do que o de 0,5% registrado nos três primeiros meses de 2019.

Já o dólar canadense teve alta expressiva na sessão de hoje, sustentada pela decisão do Banco do Canadá (BoC, na sigla em inglês) de manter a taxa de juros do país inalterada em 1,75%, após "uma série de dados sugerindo que a economia está a todo vapor", segundo o analista-sênior de mercado da Western Union, Joseph Manimbo. A moeda canadense também se beneficiou dos altos preços do petróleo, que avançaram mais de 4% nesta quarta-feira.

Por outro lado, o peso mexicano recuou novamente hoje, mas com menos impulso que na sessão anterior, ainda repercutindo a renúncia inesperada do ministro de Finanças, Carlos Urzúa, que expressou insatisfação com políticas públicas "sem sustento" e autoridades "sem qualquer conhecimento de finanças públicas".

Estadão
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