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Dólar recua de forma generalizada com avanço das negociações EUA-China

3 abr 2019 - 18h07
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O dólar recuou diante de outras moedas fortes e também diante de divisas emergentes nesta quarta-feira, 3, movimento motivado pelo otimismo em relação às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Na Europa, o euro se fortaleceu, também, após a divulgação de indicadores da Alemanha e da zona do euro que surpreenderam positivamente os analistas, enquanto no Reino Unido a libra avançou mesmo em meio a indefinições sobre o Brexit.

No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava para 111,47 ienes, enquanto o euro subia para US$ 1,1243 e a libra se fortalecia para US$ 1,3164. O dólar, em relação ao peso mexicano, no mesmo horário, caía levemente para 19,2279 e em relação ao peso argentino saltava para 42,8645, voltando a se aproximar das máximas históricas em relação à moeda da Argentina.

O dólar perdeu força conforme foram surgindo novas informações sobre o desenvolvimento das negociações comerciais sino-americanas. Na madrugada desta quarta, o vice-presidente executivo para assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, Myron Brilliant, afirmou que "90% do acordo está pronto, mas os 10% finais são a parte mais difícil". O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, chegou a Washington para retomar as negociações com o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, e o representante comercial americano, Robert Lighthizer.

Nesse sentido, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, disse esperar que EUA e China avancem bem nas negociações, ressaltando que a China, "pela primeira vez", reconheceu preocupações referentes a questões comerciais depois de ficar "muito tempo em negação" sobre assuntos estruturais. Os sinais positivos em relação ao embate tarifário travado pelas duas maiores economias do mundo apoiaram o apetite por risco, o que pressionou o dólar e apoiou outras divisas, com iene e franco suíço como exceções.

O peso mexicano foi uma das moedas apoiadas pelos sinais positivos vindos de Washington, mas apagou todos os ganhos em relação ao dólar no fim da tarde, à medida que as questões fronteiriças voltaram ao radar. Na terça, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que pode adotar o fechamento da fronteira sul de seu país caso não ocorram avanços no país latino para conter o fluxo de imigrantes em direção aos EUA. O movimento incluiria uma paralisação parcial em todos os pontos de entrada em território americano ao sul, bem como o fechamento de alguns pontos específicos da fronteira.

No Velho Continente, índices de atividade do setor de serviços tanto da Alemanha quanto da zona do euro surpreenderam ao mostrarem recuperação em março, o que deu apoio extra ao euro. No Reino Unido, os novos desdobramentos do Brexit motivaram um fortalecimento da libra. A imprensa noticiou, já no final do dia, que a primeira-ministra britânica, Theresa May, e o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, tiveram conversas "construtivas" para tentar romper o impasse no processo de saída do país da União Europeia.

O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, afirmou que o risco de um processo de um Brexit sem acordo se tornou "alarmantemente alto". Na mesma linha, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que "12 de abril é o último prazo para a aprovação". Sem que isso ocorra, "nenhuma outra extensão curta será possível", porque haveria o risco de comprometer as eleições para o Parlamento Europeu e, portanto, ao funcionamento da UE.

Estadão
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