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Dólar recua ante rivais com temor de recessão global e foco em tensões e BCs

7 ago 2019 - 18h21
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O dólar recuou nesta quarta-feira, 7, ante outra divisas principais, com os temores de uma recessão global reforçados em meio ao corte de juros dos bancos centrais da Índia, Tailândia e Nova Zelândia, aos dados fracos da indústria alemã e às persistentes tensões comerciais e cambiais entre os Estados Unidos e a China.

Próximo ao fechamento do mercado em Nova York, o dólar caía a 106,18 ienes, enquanto o euro se fortalecia para US$ 1,1208 e a libra cedia para US$ 1,2143. O índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, fechou em baixa de 0,09% aos 97,544 pontos.

Relaxamentos monetários na Ásia e na Oceania, bem como o maior recuo na atividade industrial da Alemanha, reforçaram o ambiente de cautela verificado nos últimos dias, em que EUA e China trocam retaliações nas áreas comercial e cambial.

Nesta quarta, as tensões entre as duas maiores economias do mundo - que se aproximam de uma guerra cambial - ganharam um novo capítulo: o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) orientou uma nova depreciação do yuan em relação ao dólar, ao fixar a moeda americana em 6,9996 yuans, nível próximo da marca psicológica de 7 yuans, que o dólar superou na segunda-feira e provocou uma onda de cautela nos mercados internacionais. Na terça, o banco central havia estabelecido a moeda americana a 6,9683 yuans.

Diante do quadro, investidores buscaram moedas consideradas mais seguras em relação à americana, como o iene e o franco suíço; mas buscaram a divisa dos EUA em detrimento das emergentes, como o peso mexicano e o peso argentino.

A moeda americana ampliou as perdas após o presidente americano, Donald Trump, afirmar que Washington "agora está no topo" da disputa comercial com o país asiático, em mais uma sinalização das dificuldades para se chegar a um acordo.

Para o IHS Markit, a desvalorização cambial promovida pela China é "pequena", quando considerado o contexto, mas alerta para os riscos de ofensivas cambiais. "Se este é o começo de uma nova e perigosa fase da guerra comercial, a tempestade financeira poderia empurrar as economias dos EUA e do mundo para a recessão", diz a consultoria, em relatório divulgado a clientes.

Durante a tarde, o dólar chegou a perder mais fôlego ante as rivais, com as tensões EUA-China e após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Charles Evans, segundo as quais os ventos contrários no comércio poderiam justificar mais cortes nos juros dos EUA. Esse movimento no câmbio, porém, moderou um pouco mais para o fim do pregão em Nova York.

Estadão
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