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Dólar recua ante rivais à espera do Fed, mas libra cede com Brexit

18 mar 2019 - 18h40
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O dólar recuou frente a rivais nesta segunda-feira, 18, à espera do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que decide juros nesta quarta-feira e deve mostrar novamente uma postura "dovish". A libra, por outro lado, cedeu ante a moeda americana após uma intervenção inesperada do líder Câmara dos Comuns britânica, John Bercow, no processo do Brexit.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 111,40 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1342. O índice DXY, que mede a divisa americana contra uma cesta de outras seis fortes, caiu 0,07%, a 96,524 pontos. A libra, no entanto, cedia a US$ 1,3256.

Enquanto espera pelo Fed na quarta-feira, o dólar se mostrou fraco ante rivais no primeiro pregão da semana. Analistas acreditam que o banco central pode reduzir a projeção para altas de juros ainda em 2019 de duas, como informado em dezembro, para uma ou, até mesmo, zero. Além disso, o mercado aguarda por anúncios relacionados ao término da normalização do balanço patrimonial da instituição, que poderia ser finalizado ainda em 2019.

A libra, por outro lado, que já mostrava fraqueza com as incertezas sobre o Brexit, acentuou as perdas após o líder da Câmara dos Comuns afirmar que, se o Executivo quiser levar uma proposta de um acordo do divórcio novamente para a apreciação dos deputados, terá que ser um plano bastante diferente do anterior. Com isso, Bercow rompeu as expectativas de que o plano de May, rejeitado duas vezes na Casa, fosse colocado em pauta novamente nesta terça, mas confirmou que os legisladores podem promover uma votação no plenário e, se houver maioria, mudar a norma que o levou a barrar uma terceira votação.

Após o posicionamento de Bercow, o subsecretário parlamentar do Departamento para Sair da UE (Dexeu) do governo do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, afirmou que a administração vai pedir um adiamento do Brexit à UE antes de quinta-feira. Mas o coordenador do Brexit para o Parlamento Europeu, o eurodeputado Guy Verhofstadt, questionou "por que" o bloco comum deve "sequer considerar" uma extensão do prazo se não houver antes uma nova votação sobre o acordo defendido por May.

Com isso, a libra deve se manter volátil nos próximos dias, à medida que o processo se desenrola, avaliou um operador londrino à correspondente Célia Froufe. "Já imaginávamos que os próximos dias seriam de muita volatilidade para a libra e o euro por causa da proximidade do Brexit, mas nem de longe sonhávamos com uma intervenção tão direta no processo e que colocasse o pé na porta do número 10", disse, em relação a Downing Street, o endereço oficial do governo britânico.

Estadão
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