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Dólar recua ante real e outras emergentes com alívio no comércio EUA-China

26 set 2019 - 10h14
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O dólar operava em baixa ante o real na manhã desta quinta-feira, 26, acompanhando a queda desde cedo ante outras divisas emergentes, após os últimos desdobramentos positivos da disputa comercial entre Estados Unidos e China. E a confirmação do crescimento de 2% anualizado do PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre, pela terceira e última estimativa do dado em relação à anterior, veio em linha com a previsão de analistas, sem impacto perceptível nas moedas.

Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE) avançou à taxa anualizada de 2,4% no segundo trimestre, ficando um pouco acima da alta de 2,3% vista no cálculo anterior. O núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, subiu 1,9% no mesmo período, também vindo acima do acréscimo anteriormente estimado em 1,7%.

Em relação ao comércio sino-americano, o Ministério de Comércio chinês disse mais cedo que Pequim vem mantendo contato próximo com os EUA para discutir detalhes das negociações comerciais que autoridades dos dois países retomarão em Washington em outubro. Além disso, o ministério informou que a China concordou em comprar "grandes volumes" de soja e de carne de porco dos EUA, confirmando as notícias antecipadas ma quarta-feira, 25, pelo presidente americano, Donald Trump. O republicano declarou que EUA e China poderão fechar um acordo comercial "mais cedo do que se pensa".

Por outro lado, o cenário político americano continua no radar, após a abertura pela Câmara dos Deputados dos EUA de um inquérito para possível impeachment de Trump, suspeito de ter usado sua influência para perseguir Joe Biden, que é pré-candidato à presidência em 2020.

Os agentes de câmbio também devem monitorar a entrevista coletiva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (11h), para falar do Relatório Trimestral de Inflação. Antes da abertura dos mercados, o BC divulgou o RTI, cujo conteúdo é semelhante ao da última ata do Copom. Em reação, os juros futuros exibiam leve queda.

No RTI, uma novidade foi a inclusão de cenário para inflação em 2022. No cenário de mercado, a projeção para o IPCA naquele ano é de 3,8%. Para 2019, a projeção é de 3,33%, o mesmo da ata, assim como a estimativa de alta de 3,6% para 2020. O RTI trouxe ainda elevação de expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, de 0,8% para 0,9%, o que para alguns analistas do mercado é positivo e não tão forte o bastante para pesar na inflação.

O BC manteve sua estimativa de inflação para 2019 no cenário de referência, que utiliza câmbio e juros constantes para o horizonte de projeções. O dólar considerado no documento em projeções de câmbio constante é de R$ 4,05.

Às 9h48 desta quinta-feira, o dólar à vista perdia 0,54%, a R$ 4,1324. O dólar futuro de outubro recuava 0,55%, aos R$ 4,1275.

Com liquidez ainda fraca mas diante do aumento da oferta de moeda, o mercado de dólar casado registrava cupom cambial positivo de 0,60 ponto, ante fechamento negativo em 0,20 ponto na quarta. A taxa do dólar casado costuma ficar negativa quando a cotação da moeda no mercado spot fica acima do valor do dólar futuro curto (outubro). Neste caso, a distorção sinaliza que a liquidez estaria insuficiente, o que em tese pode levar o Banco Central a atuar no mercado.

Estadão
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