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Dólar recua ante real após detalhes sobre proposta da Previdência e com Bebbiano no radar

15 fev 2019 - 10h08
(atualizado às 11h59)
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O dólar operava em queda ante o real nesta sexta-feira, após o governo divulgar detalhes sobre a proposta de reforma de Previdência no fim da quinta-feira, mas com investidores monitorando a crise política envolvendo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.

Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro
10/09/2015
REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Às 11:57, o dólar recuava 0,49 por cento, a 3,7217 reais na venda, após fechar com queda de 0,34 por cento, a 3,7401 reais na véspera.

O dólar futuro tinha variação negativa de cerca de 0,1 por cento.

Por volta das 10h50, a moeda acelerou a queda para perto de 1 por cento, influenciada por declaração da China de que chegou a consenso com os Estados Unidos em pontos importantes da disputa comercial.

No fim da quinta-feira, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, anunciou que Bolsonaro tomou uma decisão final para que a idade mínima de aposentadoria na proposta seja fixada em 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com período de transição de 12 anos.

O secretário afirmou ainda que o texto da reforma deve ser assinado por Bolsonaro e encaminhado ao Congresso em 20 de fevereiro.

O texto que será apresentado pela equipe econômica ao Congresso é mais duro do que o proposto pelo governo do ex-presidente Michel Temer, que previa as mesmas idades mínimas, mas um período de transição mais longo.

Os detalhes divulgados na quinta-feira agradaram ao mercado, ao sinalizarem uma posição firme da equipe econômica.

"O mercado vai agora tentar entender mais alguns detalhes, como as classes que ficarão dentro. A primeira leitura é positiva e tende a gerar alguma valorização para o real", afirmou a economista da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack.

As atenções agora se voltam para a tramitação da proposta e o quanto do texto o governo conseguirá manter em meio às negociações com parlamentares.

O mercado também traz na pauta desta sexta-feira eventuais desdobramentos da crise política no governo, que tem Bebianno no centro após denúncias de um esquema de candidatos-laranja dentro do PSL que está sendo investigado pela Polícia Federal.

"O mercado está de olho em como essa crise pode retardar o crescimento da reforma. Apesar de ter no pano de fundo essa avaliação positiva acerca do texto, temos esses fatores que podem gerar alguma volatilidade ao longo do dia", completou Camila.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) alertou na véspera que a crise envolvendo Bebianno pode prejudicar a negociação sobre a reforma da Previdência.

No exterior, a rodada de negociações comerciais entre EUA e China que teve autoridades norte-americanas visitando Pequim chegou ao fim com progresso, afirmaram as partes. A China disse que os lados chegaram a consenso sobre questões importantes.

Negociadores voltam a se reunir na próxima semana em Washington para prosseguir com as conversas.

O BC vendeu nesta sessão 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim rolou 5,681 bilhões de dólares dos 9,811 bilhões que vencem em março.

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