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Dólar recua ante outras divisas fortes, em sessão atípica por feriado nos EUA

3 jul 2020 - 17h53
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O dólar caiu em relação a outras moedas principais nesta sexta, 3, em uma sessão atípica por causa do feriado com mercados fechados nos Estados Unidos. Nesse quadro, investidores continuaram a monitorar a disseminação da covid-19 pelo território americano, que pode prejudicar a retomada no país.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 107,49 ienes, o euro subia a US$ 1,1247 e a libra tinha alta a US$ 1,2478. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante seis rivais, caía 0,15%, a 97,175 pontos.

Os EUA registraram mais 53 mil novos casos da covid-19 nas últimas 24 horas, segundo dados oficiais, com alguns Estados especialmente afetados, como a Flórida. Além disso, o diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que não seria razoável esperar que uma vacina para a doença possa estar disponível em massa antes do fim deste ano.

Na Europa, o euro se fortaleceu, mas com pouco impulso. A Capital Economics avalia que a economia da zona do euro se recupera, mas ainda distante dos níveis anteriores à crise atual. E um dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Klass Knot, alertou para o risco de que as medidas temporárias da instituição sejam mantidas por muito tempo.

Em meio ao noticiário, o dólar recuou ante outras moedas fortes, revertendo o movimento do dia anterior, quando o relatório de empregos melhor que o esperado pelos analistas havia ajudado a apoiar a divisa. O Commerzbank comenta em relatório que o dólar recentemente vinha se mostrando como um "porto seguro", sendo demandado mesmo com o temor do avanço da doença em solo americano. Para o banco alemão, porém, isso pode mudar, caso o problema continue grave nos EUA e outros países desenvolvidos mostrem mais sucesso no controle da doença. O Commerzbank diz que isso é "improvável, mas possível", por isso adianta que levará esse fator em conta em suas perspectivas.

O ING, por sua vez, afirma que na próxima semana o câmbio continuará a ser bastante influenciado pela possibilidade de mais ondas de infecção pelo novo coronavírus. O banco acredita que estarão em foco as negociações do Fundo de Recuperação da União Europeia e os planos de gasto fiscal do Reino Unido, projetando ainda que a decisão do dia 7 do Banco Central da Austrália (RBA) deve influenciar pouco no dólar local. O ING espera manutenção dos juros na Austrália e lembra que outros analistas concordam, já que a taxa básica de juros está na mínima histórica, em 0,25%, sem margem para mais cortes agora, após o presidente do RBA, Philip Lowe, ter descartado a adoção de juros negativos.

Estadão
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