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Dólar recua ante iene com Banco do Japão e euro se fortalece com Itália

8 ago 2018 - 18h41
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O dólar recuou em relação a outras moedas principais nesta quarta-feira, 8, diante de atenções voltadas à questão orçamentária na Itália e à possibilidade de novas mudanças na política do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar caía para 110,99 ienes, enquanto o euro subia para US$ 1,1617. Já o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, encerrou o dia em queda de 0,14%, para 95,051 pontos.

O iene avançou ante o dólar nesta quarta-feira, após o resumo das opiniões dos dirigentes do BoJ, divulgado na terça-feira, mostrar que um dos integrantes se mostrou a favor de aumentar a banda de oscilação do yield do bônus do governo japonês (JGB, na sigla em inglês) para 0,25%. Esse apontamento se sobrepôs à indicação do banco central de que o estímulo monetário pode ser expandido e de que o "atual poderoso afrouxamento" na política monetária precisa continuar.

A moeda japonesa não foi a única divisa forte a subir em relação ao dólar. Após oscilações durante a manhã, o euro se firmou em alta, impulsionado pelo anúncio de que o orçamento do próximo ano fiscal da Itália vai contemplar reformas estruturais "realistas", de acordo com o primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte.

"A Itália é um coquetel de riscos. É improvável que as negociações orçamentárias avancem suavemente nos próximos meses diante das diferenças de opinião tanto dentro do governo quanto com a UE. Nosso cenário central continua sendo uma introdução gradual das reformas orçamentárias da coalizão governante nos próximos anos, com alguns elementos de política diluídos ou totalmente omitidos", afirmou o economista para Europa do Standard Chartered, Christopher Graham, em nota a clientes.

Mais cedo, no entanto, o dólar ensaiou operar em território positivo, em meio à fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Richmond, Thomas Barkin, que declarou não ver justificativas para a manutenção de taxas de juros baixas com a economia americana fortalecida, desemprego baixo e inflação na meta. "Mesmo reconhecendo que existem riscos para a atividade econômica nos EUA, a posição de Barkin foi 'hawkish'", disse o economista David Sloan, da Continuum Economics. O dirigente tomou posse este ano e tem direito a voto nas reuniões de política monetária do Fed.

A libra, por outro lado, continua pressionada pelas incertezas em relação à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), com riscos de um Brexit sem acordo, e caía a US$ 1,2889 próximo ao horário de fechamento de Nova York.

Entre moedas emergentes, a lira turca pareceu ter se estabilizado, apesar de o mercado continuar monitorando pressões adicionais à divisa da Turquia, as quais podem levar o banco central do país euro-asiático a agir. Com expectativas de que as tensões diplomáticas entre EUA e Turquia podem diminuir com a chegada de uma delegação turca a Washington, analistas do Danske Bank acreditam que a moeda turca deve ser cotada a 5,10 liras por dólar em um mês, 5,50 liras por dólar em seis meses e chegar a 5,65 em 12 meses. Perto do horário de fechamento em Nova York, a divisa turca era cotada a 5,285 liras por dólar.

Já o rublo sofreu com a imposição de novas sanções dos EUA sobre Moscou devido ao uso de um agente bioquímico que afeta o sistema nervoso contra um ex-espião russo em solo britânico. A queda de mais de 3% nos preços do petróleo também contribuiu para a fraqueza da cotação da moeda da Rússia, tendo em vista que, no fim da tarde, o dólar saltava para 65,519 rublos.

Estadão
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