Dólar perde força ante real com perspectiva de alta de juros no Brasil e corte nos EUA
O dólar à vista se reaproximou da estabilidade ante o real, chegando a oscilar em baixa na tarde desta segunda-feira, na contramão da alta vista no exterior, com as cotações refletindo a expectativa de que o diferencial de juros se tornará mais favorável ao Brasil com o corte de juros pelo Federal Reserve e a alta da Selic pelo Banco Central, na próxima semana.
Às 14h48 o dólar à vista cedia 0,05%, aos 5,5867, enquanto a moeda norte-americana para outubro -- a mais líquida no mercado brasileiro -- cedia 0,34%, aos 5,5970 reais.
No exterior, o dólar avançava ante a maior parte das demais divisas, com a curva norte-americana precificando corte de 25 pontos-base dos juros na próxima semana, e não de 50 pontos-base.
No Brasil, porém, a perspectiva de corte de juros pelo Fed, somada à expectativa por uma alta de pelo menos 25 pontos-base da taxa básica Selic, dava suporte ao real. O movimento ocorre na esteira do relatório de mercado Focus, que pela manhã indicou que o mercado projeta agora três altas de 25 pontos-base da Selic ainda em 2024. Com isso, a taxa básica saltaria de 10,50% para 11,25% ao ano.
"Esta projeção do Focus consolidou a visão de que o carrego será mais robusto no câmbio. Com isso, a moeda (real) ganha aqui mais proteção, porque fica mais caro apostar contra o BRL", comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura. "As moedas commodities não estão performando tão bem quanto o real hoje", acrescentou.