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Dólar emenda 2ª semana de queda e caminha para baixa recorde para novembro

27 nov 2020 - 17h12
(atualizado às 17h39)
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O dólar terminou em leve baixa ante o real nesta sexta-feira, ao fim de uma sessão em que alternou ganhos e perdas, em novo dia de fraqueza geral da divisa norte-americana diante de nova rodada de busca por risco respaldada na confiança na recuperação econômica global.

10 de setembro de 2015. REUTERS/Ricardo Moraes
10 de setembro de 2015. REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O dólar à vista caiu 0,19%, a 5,3261 reais na venda, após oscilar entre 5,381 reais (+0,84%) e 5,3209 reais (-0,29%).

Na semana, a cotação recuou 1,13%, engatando a segunda semana consecutiva de retração. Em novembro, o dólar cede 7,18% a caminho da maior queda mensal para o mês já registrada, mas ainda sobe 32,72% em 2020.

Na B3, o contrato de dólar futuro de prazo mais curto --que expira na próxima terça-feira-- caía 0,11%, a 5,3310 reais, às 17h27. O dólar futuro para janeiro 2021 --que será a referência ao longo de dezembro-- cedia 0,16%, a 5,3330 reais.

No exterior, o dólar caía 0,26%, para mínimas em quase três meses.

Apesar do vaivém ao longo da sessão, o sentimento positivo do mercado prevaleceu, sobretudo por causa de drivers externos, como progressos no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19, sinais de retomada na economia chinesa, contínua alta nos preços das commodities e expectativa de farta liquidez nos EUA sob o governo Joe Biden.

"Uma perspectiva otimista sobre o avanço do mercado mundial de commodities dará sustentação adicional à economia brasileira", disse o DailyForex em nota. "A sequência descendente da retração de Fibonacci pode forçar uma ruptura do dólar abaixo de sua zona de suporte entre 5,2229 reais e 5,2850 reais. A próxima zona de suporte está entre 5,0151 reais e 5,0830 reais", completaram.

A alta das matérias-primas melhora os termos de troca do Brasil e beneficia o real, já que o país é exportador desses insumos. As commodities estão nas máximas desde o começo de março.

Depois de um período quebrada, a correlação entre o real e as matérias-primas voltou a ficar positiva, indicativo de que um contínuo movimento de alta nas commodities --num cenário de retomada global da economia e de sobra de liquidez-- pode alavancar também a moeda brasileira.

A despeito das avaliações de maneira geral favoráveis, alguns bancos ainda carregam cenário mais pessimista para o câmbio. O Société Générale, por exemplo, vê o dólar em alta de 8,90% ante o real de hoje até o fim de 2021, prevendo taxa de câmbio de 5,80 reais ao término do ano que vem. A cotação deverá fechar o primeiro trimestre de 2021 em 5,70 reais, nas contas do banco francês, que vê a América Latina com performance inferior a outras regiões.

"O ciclo de baixa de longo prazo nas moedas emergentes não acabou", disseram analistas do banco em relatório de cenários. "Os principais riscos negativos para as moedas de mercados emergentes são uma recuperação menos poderosa do crescimento do que a que está nos preços dos mercados e uma correção no euro", concluíram.

A cena doméstica, com foco no fiscal, segue no radar do mercado, com ruídos inclusive entre figuras centrais da equipe econômica. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, negaram ter qualquer divergência após declarações recentes do ministro.

Em entrevista ao SBT exibida na noite de quinta, Campos Neto repetiu que o BC está pronto para atuar no câmbio se houver disfuncionalidade no mercado no final do ano, em meio a fluxos relacionados ao desmonte de posições de "overhedge" ou de saída de recursos de estatais voltados a compra de ativos no exterior.

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