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Dólar limita alta em abril, mas volatilidade segue alta com cenário incerto

30 abr 2019 - 17h19
(atualizado às 18h07)
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O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira e terminou abril apenas em leve alta, num mês marcado por forte volatilidade decorrente das incertezas sobre a Previdência e do clima mais conservador no ambiente externo.

REUTERS/Sergio Moraes
REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

O dólar interbancário caiu 0,49 por cento nesta terça-feira, a 3,9227 reais na venda.

Em abril, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,19 por cento. É o terceiro mês consecutivo de ganhos, mais longa sequência do tipo desde a série de cinco altas mensais encerrada em junho do ano passado.

Na B3, a referência do dólar futuro cedia 0,71 por cento, a 3,9280 reais.

A instabilidade no câmbio aumentou a partir do fim da segunda semana do mês, quando ficaram mais evidentes para o mercado os problemas de articulação do governo em prol da reforma da Previdência.

Na época, declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), geraram incômodo aos investidores.

A volatilidade implícita nas opções de dólar/real de um mês --medida do grau de incerteza para a taxa cambial-- saiu de pouco mais de 12 por cento ao ano em 11 de abril para quase 14 por cento no dia 24.

Desde então, contudo, a passagem da reforma pela CCJ da Câmara e sinais mais amigáveis entre líderes do Congresso e do Executivo ajudaram a acalmar os ânimos.

A volatilidade implícita para o dólar está atualmente na casa de 12,5 por cento, ainda mais alta que a de pares do real, como peso mexicano (9 por cento), peso colombiano (9,3 por cento), peso chileno (8,2 por cento) e rublo russo (também 9,3 por cento).

Estrategistas do Morgan Stanley citam em relatório que clientes consultados em pesquisa veem, em média, o dólar a 3,85 reais ao fim do ano, acima da taxa de 3,60 reais da última sondagem. Os profissionais notam a falta de impulso ao real (ou pressão de baixa no dólar) ainda que o governo consiga a aprovação de uma reforma que gere economia de pelo menos 800 bilhões de reais em dez anos.

O Itaú Unibanco reiterou expectativa de dólar a 3,80 reais ao fim de 2019, o que equivaleria a uma valorização nominal de 3,23 por cento para a moeda brasileira ante o patamar desta terça.

De um lado, o superávit ainda "elevado" na balança comercial e a melhora dos termos de troca oferecem algum suporte ao câmbio. Mas a sensibilidade à reforma da Previdência, a queda dos diferenciais de juros em relação ao mundo e a posição já otimista do mercado no que tange à agenda reformista limitam o espaço para ganhos da moeda brasileira.

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