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Dólar tem queda após duas altas com ajuda externa, mas cenário para fluxo preocupa

16 out 2019 - 17h13
(atualizado às 17h31)
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O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, depois de duas altas consecutivas, mas não sem antes renovar no intradia máxima em três semanas, evidência da pressão ainda sofrida pela taxa de câmbio.

  REUTERS/Ricardo Moraes
REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Por volta de 10h20, a cotação bateu a máxima do dia --de 4,1880 reais na venda, em alta de 0,54%. Mas em seguida a aceleração das perdas do dólar no exterior e a melhora dos mercados de ações ajudaram a amenizar a pressão de alta sobre a taxa de câmbio.

No fechamento do pregão no mercado spot, o dólar caiu 0,27%, a 4,1542 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez cedia 0,62%, a 4,1590 reais, às 17h11.

A queda da moeda no segmento futuro era mais pronunciada devido a um ajuste ao movimento da véspera, quando, com o mercado à vista já fechado, as taxas do dólar na B3 aceleraram os ganhos.

As operações no mercado à vista se encerram às 17h, enquanto as do mercado de derivativos na bolsa vão até às 18h.

"O dólar teve um alívio hoje, mas com viés de alta", disse Roberto Campos, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos.

Segundo ele, o real tem demonstrado desempenho pior que o de outras moedas nas últimas semanas conforme o mercado vê frustrada a esperança de diminuição de saídas de recursos do mercado local.

Dados do fluxo cambial divulgados pelo Banco Central nesta quarta confirmaram que o país voltou a registrar saída líquida de moeda estrangeira na semana passada. O déficit foi de 3,186 bilhões de dólares entre 7 e 11 de outubro, na nona semana consecutiva de fluxo negativo. Nesse período, o país perdeu, em termos líquidos, 17,788 bilhões de dólares.

Um dos temas mais comentados no mercado para justificar as saídas de recursos é a dinâmica de pré-pagamento de dívida por empresas brasileiras a credores no exterior.

A queda da Selic a sucessivas mínimas recordes reduziu o custo de captação de recursos no mercado local. Com isso, muitas empresas com dívidas em moeda estrangeira decidiram antecipar pagamentos dessas obrigações para se financiarem em reais. Esse movimento gera fluxo cambial negativo, o que exerce pressão de alta para o dólar.

A antecipação de pagamento de dívida pelas empresas é reconhecida pelo Banco Central, e no fim de setembro o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, disse que grande parte do movimento de pré-pagamento de dívida corporativa já havia sido feito. Porém, o fluxo segue negativo, e o dólar continua pressionado.

O mercado deposita alguma expectativa de melhora no fluxo com os leilões de áreas de petróleo e gás a ocorrerem em breve. As áreas em oferta no leilão de 6 de novembro juntas somam um bônus de assinatura total fixo de cerca de 106,5 bilhões de reais.

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