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Dólar fecha acima de R$5,56 com pressão externa; mercado acompanha paralisação de servidores

18 jan 2022 - 17h23
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O dólar voltou a subir nesta terça-feira, ganhando força ao longo da tarde após uma manhã de queda, conforme a pressão externa se sobressaiu por receios sobre a velocidade do aperto monetário nos Estados Unidos.

No Brasil, protestos de servidores do governo por reajustes salariais também estiveram no radar, com ameaças de mais pressão aos gastos públicos.

"Caso as reivindicações dos servidores sejam atendidas pelo governo, a delicada situação fiscal poderá se deteriorar. Com R$9 bilhões subestimados em despesas, a tarefa de atender à regra do teto de gastos em 2022 se tornará ainda mais desafiadora caso mais categorias sejam contempladas pela medida", disse a gestora Rio Bravo em comentário.

O dólar à vista fechou em alta de 0,61%, a 5,5608 reais na venda. A cotação oscilou de queda de 0,40%, a 5,5052 reais, ainda pela manhã, e alta de 1,03%, para 5,584 reais, no período vespertino.

O rali da segunda metade da sessão coincidiu com a aceleração nos aumentos dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o que puxou o dólar no mercado internacional às máximas do dia.

O pico intradiário do dólar contra o real foi alcançado por volta de 15h30 (de Brasília), quando as taxas dos Treasuries de dez anos nos EUA --que mexem com tudo no mercado, desde ações a commodities, passando por moedas-- estavam em torno das máximas do dia. Posteriormente, os juros dos títulos arrefeceram a alta, o que tirou pressão do dólar por aqui. A alta das taxas de juros de mercado nos EUA reflete crescentes expectativas de que o banco central norte-americano possa se mostrar mais agressivo no combate à inflação, recorrendo para isso a um ritmo mais acelerado de altas de juros e até mesmo à redução antecipada de seu balanço. Ambas ações, juntas ou separadas, representariam enxugamento de liquidez, reduzindo, assim, a oferta de dólar no mercado, o que contribuiria para elevação do preço da moeda. Um gestor de uma grande asset em São Paulo, contudo, ponderou que a reação de preço nos mercados brasileiros pareceu "melhor" do que a vista em alguns pares. "Aqui está bem de boa até", resumiu. O real apreciou mais cedo, e o Ibovespa no fim da tarde subia 0,4%, resistindo ao forte viés negativo de Wall Street, onde as bolsas caíam mais de 1%.

"Em nossa opinião, muitos dos pontos negativos (potenciais futuros) estão precificados. Os fundamentos podem (sempre) se deteriorar ainda mais, mas achamos que a assimetria favorece o Brasil neste momento", disseram estrategistas do Citi em nota. O banco estima dólar de 5,61 reais ao fim deste ano, pouco acima dos patamares atuais.

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