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Dólar dispara, bate R$4,13 e fica a 1,5% de recorde histórico de fechamento com exterior e Previdência

23 ago 2019 - 15h45
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O dólar disparava frente ao real nesta sexta-feira, ficando a apenas 1,5% da máxima histórica de fechamento registrada em setembro de 2018, com as operações domésticas afetadas pelo cenário externo arisco e adicionalmente por ruídos em torno da reforma da Previdência.

10/09/2015
REUTERS/Ricardo Moraes
10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O salto da cotação do dólar, que fez a moeda rapidamente deixar para trás níveis de resistência técnica, começa a levantar no mercado discussões sobre se o Banco Central deveria ser mais agressivo no mercado de câmbio a fim de conter distorções, uma vez que o real mais uma vez é a divisa de pior desempenho global nesta sessão.

Entre as distorções, a taxa do casado (cupom cambial de curtíssimo prazo) voava para 6%, contra patamares mais usuais em torno de 2,5%. É justamente para aliviar essa taxa --vista como juro em dólar e termômetro da percepção de liquidez no mercado à vista-- que o BC começou a fazer leilões de venda direta de dólares no mercado à vista, depois de uma década sem recorrer a essa modalidade.

"Não me surpreenderia se no fim da sessão de hoje o BC anunciasse um reforço desses volumes", disse Thiago Silencio, operador de câmbio da CM Capital Markets, acrescentando que o mercado também reagia ao risco de eventuais barreiras comerciais aos produtos agrícolas brasileiros na esteira da repercussão das queimadas na Amazônia.

Silencio lembrou, contudo, que o mercado já se encontra na última semana do mês, geralmente marcada por mais volatilidade e distorções nas taxas de cupom cambial.

"O real tem sido a pior moeda quase todos os dias. O mercado de câmbio está claramente desequilibrado", disse um gestor em São Paulo. "Se ele (BC) não entrar hoje (com reforço nas atuações), acho que tudo piora", completou.

Mais cedo, o BC vendeu todos os 550 milhões de dólares ofertados no mercado à vista.

Às 15h19, o dólar spot subia 0,84%, a 4,1115 reais na venda. Na máxima, a cotação ganhou 1,36%, a 4,1330 reais, maior patamar intradia desde 25 de setembro de 2018.

Na máxima deste pregão, o dólar ficou a apenas 1,52% do recorde histórico para um fechamento, alcançado em 13 de setembro de 2018 (4,1957 reais).

Considerando taxas de câmbio na compra e negociadas durante o pregão, a máxima histórica do dólar foi de 4,2482 reais, alcançada em 24 de setembro de 2015.

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez se apreciava 1,02%, a 4,1135 reais.

Nos mercados globais de câmbio, o dólar tinha forte alta contra o peso colombiano (+1%), o iuan chinês "offshore" (+0,6%) e won sul-coreano(+0,5%). Mas o dólar perdia para o iene e o franco suíço, sintoma da corrida do mercado por ativos considerados seguros.

Receios de atraso na tramitação da reforma da Previdência no Senado também preocupavam o mercado. Na véspera, o relator da reforma da Previdência na Casa, Tasso Jereissati (PSDB-CE), informou que não apresentaria seu parecer sobre a proposta nesta sexta-feira, como previsto, o que pode atrasar a tramitação em quatro ou cinco dias.

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