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Dólar deve chegar perto de R$ 6 com risco fiscal, falta de reformas e juro baixo, diz banco francês

Para o Société Générale, cotação da moeda americana no Brasil deve fechar o ano em R$ 5,80 e, em 2021, o real pode ser novamente a divisa de país emergente com pior desempenho ante o dólar

28 out 2020 - 12h31
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A pressão para desvalorização do real vai permanecer nos próximos meses, em meio ao aumento do risco fiscal do Brasil, a falta de reformas estruturais e o juro real negativo, avalia o banco Société Générale. A previsão é que o dólar deve fechar 2020 em R$ 5,80 e ir para perto de R$ 6 em 2021, terminando o ano que vem em R$ 5,95.

Nesse ambiente, o real corre o risco de repetir em 2021 o fraco desempenho deste ano, sendo novamente a moeda de país emergente com pior performance ante o dólar, avalia o banco francês em relatório divulgado nesta quarta-feira, 28.

O estrategista do banco para mercados emergentes, Dav Ashish, diz que, nesse ambiente de falta de avanço das reformas, deterioração fiscal e ainda um desempenho fraco do Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa é de fluxos de capital externo "tímidos" e "pobres" para o Brasil em 2021, tanto nos aportes em portfólio (renda fixa e ações) como no investimento externo direto.

O economista observa que a recuperação do PIB do Brasil este ano tem se destacado na economia mundial, mas ao custo de uma piora expressiva do endividamento público, que está preocupando investidores. Ashish prevê contração de 5,7% na atividade econômica este ano. Com a retirada de parte dos estímulos, a atividade deve perder força e ele ressalta que pode demorar vários anos até o PIB potencial voltar ao que era antes da pandemia.

Para a reunião do Copom desta quarta-feira, 28, o Société espera manutenção da taxa e leve mudança no comunicado, na medida em que o espaço para corte adicional de juros se reduziu consideravelmente nas últimas semanas, por causa da aceleração da inflação e dos riscos fiscais. Mas Ashish não vê alta de juros pelo BC tão cedo, provavelmente só em 2022. O banco francês projeta IPCA de 3,22% em 2021 e 3,29% em 2022.

Estadão
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