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Dólar cai quase 5% desde máximas de maio, com atenções na Previdência

31 mai 2019 - 17h23
(atualizado às 17h56)
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O dólar caiu quase 5% desde as máximas alcançadas na semana passada, o que levou a moeda a zerar os ganhos no mês, numa reversão de tendência que pegou analistas de surpresa, diante do quadro melhorado para a agenda de reformas no país.

REUTERS/Ricardo Moraes
REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Nesta sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 1,37%, a 3,9244 reais na venda. É a maior queda percentual diária desde 21 de maio (-1,39%) e o menor patamar desde 1º de maio (3,9227 reais).

Na semana, o dólar acumulou desvalorização de 2,28% --a segunda seguida de baixa e a mais intensa desde o recuo de 2,91% na semana terminada em 1º de fevereiro.

Em maio, a moeda norte-americana ficou praticamente estável, com variação positiva de 0,04%.

Nos patamares atuais, a moeda já ameaça quebrar uma tendência de alta que persiste desde fevereiro. A região de 3,92 marca uma barreira que, se rompida de maneira sustentável, pode levar a moeda para a casa de 3,80 reais.

Em 20 de maio, o dólar bateu uma máxima em oito meses, de 4,10485 reais, em alta de 4,64% no acumulado de maio. Desde então, contudo, o Congresso passou a demonstrar tom mais favorável à reforma da Previdência. Com isso, investidores reduziram posições compradas em dólar, permitindo a correção do câmbio.

Alguma ajuda também veio do exterior, conforme o acirramento da guerra comercial liderada pelos Estados Unidos contra China e México fortaleceu especulações de corte de juros pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano.

Mesmo que tímida, a alta do dólar em maio representou o quarto mês seguido de valorização, período em que a divisa acumulou avanço de 7,26%.

"Ainda esperamos algum ruído para o câmbio", disseram estrategistas do Morgan Stanley em nota a clientes. Contudo, os profissionais lembraram que o posicionamento contra o real já supera o visto antes das eleições e que os prêmios de risco haviam alcançado patamares superiores aos registrados na greve dos caminhoneiros, em maio de 2018.

A tensão comercial EUA-México pode beneficiar o real, segundo o BofA, que mantém recomendação de compra da moeda brasileira versus a mexicana via contratos de longo prazo.

"Gostamos desse trade porque estamos construtivos sobre a aprovação da reforma da Previdência e porque o posicionamento a favor do peso mexicano está excessivo", afirmaram os analistas.

O BofA estima que o dólar cairá a 3,80 reais até o fim do ano. Isso implica apreciação de 3,3% para o real ante os patamares atuais.

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