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Dólar fecha a R$ 4,96, no menor valor desde junho do ano passado; Bolsa cai

Discurso pró-estímulos do presidente do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, ajudou no bom desempenho da moeda americana nesta terça, que encerrou em queda de 1,1%

22 jun 2021 - 14h44
(atualizado às 18h25)
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Pela primeira vez desde junho, o dólar fechou em queda de 1,13%, cotado a R$ 4,9661 nesta terça-feira, 22, no menor nível desde 10 de junho de 2020, quando encerrou cotada a R$ 5,93. O dia foi marcado pela fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell sobre o rumo da política monetária dos Estados Unidos. Apesar do desempenho da divisa americana e do bom resultado do mercado de Nova York, a Bolsa brasileira (B3) cedeu 0,38%, aos 128.767,45 pontos.

O resultado hoje veio de uma combinação de fatores internos e externos. Por aqui, a sinalização na ata do Copom de que o ritmo de elevação da Selic já poderia ter se intensificado na reunião da semana passada levou instituições - como o Itaú, o Bank of America e o ASA Investments - a aumentarem a aposta de juros mais altos pela frente no Brasil, o que torna o País mais atrativo para a entrada de capital externo. As expectativas vão de reajuste de 1% até de 1,25%.

"O Copom foi conservador na última reunião e precisará corrigir trajetória. Preços de commodities em alta, como o petróleo; extensão de auxílio emergencial, elevação de Bolsa Família, crise hídrica e bandeira vermelha 2 para os preços da energia elétrica, todos são fatores que resultam em mais pressão inflacionária", acrescenta Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, que espera aumento de 1 ponto porcentual para a Selic em agosto.

A analista de moedas do alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, ressalta que o real vêm sendo a moeda de emergente com melhor desempenho recente no mercado internacional, conseguindo se beneficiar da abordagem mais dura do Banco Central na elevação de juros - o que já pode ser visto hoje, com o recuo do real.

Após a divulgação do documento, o Bank of America elevou a projeção da Selic de 6,5% para 7,0% para o fim de 2021. O banco americano espera duas elevações da taxa em 1 ponto porcentual, em agosto e setembro.

Lá fora, o dólar intensificou o ritmo de queda ante moedas fortes e alguns emergentes já na parte da tarde, perto do final do pregão. Em discurso no Congresso americano, Powell disse que a recuperação da economia dos Estados Unidos "ainda tem um longo caminho pela frente." Nesse cenário, ele comentou que "a crescente desigualdade de renda é um freio para a economia do país" e descartou uma alta "preventiva" dos juros, mas prometeu agir "se a inflação ficar muito elevada."

Estadão
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